Montevidéu (Prensa Latina) Sindicatos uruguaios se manifestaram em defesa das empresas públicas em uma semana marcada por atos de insegurança que hoje aumentaram a preocupação social.
O coordenador do setor de combustíveis marcou o passo com uma greve a favor da Administração Nacional do Estado (Ancap) e diante de políticas que levam à asfixia financeira, segundo a sindicalista Laura Martínez.
“Rejeitamos que o Estado aloque recursos e infraestruturas a algumas empresas privadas para que aumentem os seus lucros”, sublinhou, referindo-se a ações contra a agência gestora de combustíveis.
Comunicadores uruguaios também se mobilizaram com uma greve de 24 horas contra a privatização dos serviços de televisão a cabo, que consideram um atentado à soberania.
O sindicato da estatal Antel, por sua sigla Sutel, decidiu por essa medida em protesto contra a desmonopolização da entidade, por meio de resolução do Presidente da República, Luis Lacalle Pou, a favor de cinco empresas privadas. Da Frente Ampla de oposição, seu presidente, Fernando Pereira, expressou que não há relatos que justifiquem a medida quando “o Uruguai tem um mercado estatal que é um dos melhores do mundo em termos de cabeamento para acesso à Internet”.
Pelo segundo dia consecutivo da semana, as ruas desta capital e sua Plaza de la Independencia foram palco de manifestações sindicais por reivindicações salariais contra o governo e a retomada da negociação coletiva.
Por sua vez, o Ministério do Trabalho do Uruguai informou um novo aumento no número de trabalhadores cobertos pelo seguro-desemprego por perda de emprego, chegando a um total de mais de 48.000 no final de maio.
Enquanto isso, uma pesquisa sobre o desempenho do presidente Luis Lacalle e do governo em termos de segurança mostrou 62% de insatisfação no final do segundo trimestre de 2022 e 17% a mais em relação ao mesmo período anterior do ano.
Uma confirmação do motivo desse desconforto crescente foi o medo de sair depois das 18h, horário local, dos moradores do bairro Peñarol da capital, que sua prefeita, Leticia de Torres, denunciou à Comissão Especial de Segurança e Convivência do Parlamento.
Eles reclamam da “falta de policiais e carros de patrulha” e exigem que as chamadas bocas, drogarias, “onde está o problema”, sejam atacadas, desencadeando a violência entre traficantes e drogados que cometem assaltos e roubos.
No final da semana, grupos de mães uruguaias exigiram perante o Parlamento uma lei de prevenção e reabilitação de drogas e uma participação mais ativa do Estado no consumo de substâncias proibidas.