Caracas, 2 jul (Prensa Latina) A confirmação de novos contatos entre os governos da Venezuela e dos EEUU se destaca hoje entre os eventos mais marcantes da semana na nação sul-americana.
Durante seu discurso na recente entrega do Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, informou sobre a presença no país de uma delegação norte-americana para iniciar uma segunda rodada de negociações.
Maduro especificou que o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Jorge Rodríguez, realizou uma reunião com seu homólogo de Washington para tratar de questões da agenda bilateral.
Nesse sentido, o chefe de Estado ratificou o compromisso do governo bolivariano de continuar o processo de diálogo e reaproximação iniciado em março, quando um grupo de emissários do governo Joe Biden visitou Caracas.
Essa primeira reunião ocorreu em um ambiente diplomático, respeitoso e cordial, no qual as partes concordaram em desenvolver “uma agenda positiva para o futuro”, segundo avaliações emitidas na época pelo presidente venezuelano.
Além dos contatos com o Executivo Bolivariano, a delegação dos Estados Unidos manteve encontros com setores da oposição agrupados na chamada Plataforma Unitária da Venezuela.
De acordo com um comunicado da coalizão de oposição, a reunião teve como objetivo “coordenar esforços para restabelecer o processo de negociação” com o governo venezuelano, sob o memorando de entendimento assinado em agosto de 2021 no México.
Desde maio passado, os principais negociadores do Executivo Bolivariano e da Plataforma Unitária estabeleceram contatos para buscar fórmulas de ação para futuras conversações.
Nesse sentido, o governo da Venezuela tem exigido repetidamente a participação do diplomata Alex Saab – detido nos Estados Unidos – em qualquer iniciativa para uma eventual reativação das negociações.
Os recentes contatos entre Washington e Caracas têm como pano de fundo a operação militar da Rússia na Ucrânia e as severas medidas de retaliação aplicadas pelo Ocidente contra Moscou, com impacto significativo no comércio internacional de energia.
A Venezuela decidiu romper relações diplomáticas com a nação norte-americana em 23 de janeiro de 2019, em resposta ao apoio da Casa Branca à autoproclamação do líder da oposição Juan Guaidó como presidente responsável pelo país sul-americano, em um ato de usurpação percebida como tentativa de golpe.