A crise política interna do Brasil ultrapassou as fronteiras nacionais e provocou o primeiro transtorno diplomático. O governo de El Salvador, que desaprovou o processo de impeachment contra Dilma, em resposta à linguagem pouco profissional da nota diplomática redigida pelo próprio José Serra, suspensdeu contatos oficiais entre os países.
A canhoada diplomática do novo dono do Itamaraty, José Serra, contra os parceiros latino-americanos já no seu primeiro dia como chanceler brasileiro causou constrangimento nas relações na região. Notas oficiais do ministério redigidas pelo próprio tucano acusavam Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, assim como a Aliança Bolivariana os Povos de Nossa América/Tratado de Comércio dos Povos (ALBA/TCP) de “propagar falsidades”. A outra nota já lança críticas contra o secretário-geral da UNASUL, Ernesto Samper, atribuindo a ele “interpretações falsas e absurdas”, e pondo em dúvida a compatibilidade da postura de Samper “às funções que exerce”.Não foi surpreendente que o primeiro embaixador dos países atacados por o ex-presidenciável brasileiro foi chamado para consultas já poucas horas depois da publicação das notas. O desrespeito aos vizinhos articulado pelo tucano fez o líder venezuelano Nicolás Maduro convocar seu diplomata em Brasília de volta a Caracas em represália a “esta dolorosa página na história do Brasil”.
Já no dia seguinte, outro líder do continente – o salvadorenho Salvador Sanchez Cerén – se solidarizou com o herdeiro de Chavez, anunciando que as autoridades do seu país não estão disponíveis para reconhecer o governo provisório de Michel Temer e classificando o impeachment da presidente Dilma como um “golpe de Estado”. O Twitter oficial do Sanchez anunciou o retorno da embaixadora a San Salvador para consultas, reiterando a posição articulada anteriormente pela chancelaria do país.Até o momento, o MRE só reagiu oficialmente a retirada do embaixador salvadorenho, que causou “especial estranheza” no gabinete do tucano, em vistas da intensa cooperação económica entre os países, citada na nota sobre o pronunciamento do país vizinho. A Venezuela nem teve a “honra” de tal fraca tentativa de retomar o bom senso na retórica ofensiva do político, que foi nomeado ao comando da diplomacia sem qualquer experiência nas relações internacionais.
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