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quinta-feira, 21 novembro, 2024

Como funciona a máquina americana de lavar cérebros

– O perito militar Aleksandr Svinukhov, pouco antes do início da operação militar especial na Ucrânia, regressou dos Estados Unidos, onde fora enviado para estudar na Universidade Johns Hopkins.   Aleksandr concordou em falar sobre os seus estudos e como este tipo de atividade militar, que é habitualmente chamada de guerra psicológica, está organizada nos Estados Unidos.
Aleksandr Svinukhov [*]
entrevistado por Dmitry Vinnik

Aleksandr, com que objetivo foi estudar nos EUA?

“Em primeiro lugar, claro, para melhorar as minhas competências como psicólogo militar, para aprender com a experiência estrangeira. Nos meus estudos, a ênfase foi colocada em dois grandes cursos anuais: segurança dos pacientes e primeiros socorros psicológicos em situações de emergência e conflitos militares. Eu também estava interessado nos aspectos teóricos e organizacionais da guerra psicológica”.

Aleksandr, porquê escolher a Universidade Johns Hopkins? Trata-se de uma universidade civil, não é?

“Sim, é uma universidade civil privada fundada em 1876. Mas o facto é que se trata de uma universidade muito militarizada, no sentido em que é uma das maiores empreiteiras militares. Faz projetos de investigação e desenvolvimento. Em termos de ordens militares, esta universidade é a segunda depois do Massachusetts Institute of Technology. Isto é cerca de mil milhões de dólares por ano. Não é surpreendente que este item do rendimento seja o principal para a universidade”.

O que tem a psicologia militar a ver com a guerra psicológica? A semelhança de termos nem sempre reflete a semelhança de atividades.

“Hoje, no Exército Russo, são atribuídas aos psicólogos a tempo inteiro funções que anteriormente eram características dos trabalhadores políticos ou, como diziam numa época anterior, dos comissários. Habitualmente, isto é entendido como o trabalho de formação de qualidades morais adequadas no pessoal, incutindo a vontade de vencer, explicando objetivos políticos e o significado de operações militares específicas. Na URSS, este trabalho era gerido pela GlavPUR (a Direção Política Principal do Exército Soviético e da Frota Naval). Em 1991, como parte de uma campanha perversa para despolitizar o serviço militar, a GlavPUR foi liquidada. Os trabalhadores políticos não foram despedidos – tornaram-se “psicólogos”. Posteriormente, apareceram psicólogos com formação. Alguém deveria pelo menos cuidar do estado de espírito dos soldados e oficiais? Mas para motivação, para incutir a vontade de vencer, isto claramente não é suficiente. Sem patriotismo, sem conteúdo ideológico, este trabalho é incompleto. É extremamente importante que a nossa liderança se tenha apercebido disto e a GlavPUR foi restabelecida em 30/Julho/2018 por decreto do Presidente da Rússia. Eu diria que isto foi de importância estratégica. Mas os psicólogos militares ainda lá estão. No entanto, as nossas atividades não se limitam ao trabalho com pessoal. Psicólogos militares estão diretamente envolvidos no trabalho que é conhecido como propaganda especial. Este conceito está algo desatualizado devido ao progresso das tecnologias de informação, mas o significado permanece o mesmo – influenciar o moral do inimigo e da população civil numa zona real ou potencial de conflito armado. Isto é feito por vários especialistas, mas também por psicólogos militares”.

GUERRA HÍBRIDA

Nos Estados Unidos, são bem sucedidos na guerra psicológica?

“Claro, este é um dos seus pontos fortes. Mas o que eles fazem nesta área não se limita à guerra psicológica e à propaganda especial como o conjunto de métodos que é familiar desde a Segunda Guerra Mundial. Pelo contrário, faz sentido falar de um certo conjunto de ações dos militares e civis (sob a liderança dos militares, claro) para alcançar o objetivo da vitória num conflito armado. Agora este complexo é normalmente chamado de guerra ‘híbrida’ “.

E habitualmente em relação às ações da Rússia na Crimeia em 2014, na Síria, em África e por toda a parte, onde só teoricamente podem aparecer os heróis épicos Petrov e Boshirov? [NR]

“De facto, os Estados Unidos ficaram impressionados com a nossa operação na Crimeia, classificando-a entre as melhores operações de guerra híbrida. Entretanto, adotaram esta narrativa e começaram a usá-la na sua propaganda, instilando na comunidade mundial a ideia paranóica de uma Rússia omnipresente que alcança objetivos militares através dos mais refinados meios não militares”.

Chegou-se ao ponto de mesmo os discursos dos nossos diplomatas na ONU sobre a questão ucraniana serem declarados como manifestação da guerra híbrida travada pela Rússia. Não será isto, por acaso, um esbatimento do conceito de guerra como uma luta armada?

“Este esbatimento da fronteira entre conceitos também faz parte da guerra psicológica. Dentro do Pentágono, tudo está bem com os conceitos, mas para aqueles que estão do lado de fora, é muito conveniente inspirar confusão lógica. Quando se controla uma grande parte dos media globais, há espaço de manobra: em algumas circunstâncias, qualquer ação pacífica pode ser chamada guerra, mesmo que não seja hostil; sob outras circunstâncias, ações militares não podem ser consideradas uma guerra”.

Então, apesar do êxito da Crimeia, o Exército dos EUA continua a manter a primazia?

“Absolutamente. Trata-se de um tipo de atividade extremamente complexa e altamente organizada, que envolve um enorme número de unidades do exército americano e dos seus aliados, contratantes americanos e estrangeiros, organizações não governamentais e agências de inteligência. Eles têm uma terminologia muito desenvolvida e confusa. Distinguem como tais “operações psicológicas” (as infames PSYOP), “operações de informação” e “operações civis”. Separadamente, distinguem ‘engano militar’ (military deception, MILDEC) e ‘operações de redes informáticas’ (computer network operations, CNO), ou seja, guerra cibernética. Quais operações são genéricas e quais são específicas, não se pode simplesmente descobrir, depende da jurisdição corrente. Tudo isto é regulado pelas doutrinas relevantes, um enorme número de manuais, instruções e acordos entre agências”.

Será que podemos falar acerca de um espécie separada de tropas que trata da guerra psicológica?

“Num certo sentido, sim, porque há Forças de Assuntos Civis e Psicológicos (Civil Affairs and Psychological Forces) que têm o seu próprio comando, conhecido como CAPOC. Estas forças empregam 13.500 pessoas, sobretudo reservistas. Contudo, estas forças têm o status de “aerotransportadas” (airborne), isto é, unidades móveis aéreas. Isto nos diz algo acerca da importância e prontidão destas forças. Estritamente falando, nos Estados Unidos, há apenas seis ramos das forças armadas, os quais são chamados “tipos de forças armadas”. A guerra psicológica está subordinada a um tipo tal como o ‘Exército dos EUA’, ou seja, as forças terrestres. Historicamente, o CAPOC foi um dos quatro principais comandos das Forças de Operações Especiais (Special Operations Forces, SOF). No entanto, em 2006, foi transferido para o Comando da Reserva do Exército. Entretanto, o SOF ainda inclui o 4º e 8º Grupos de Operações Psicológicas, a 95ª Brigada de Assuntos Civis e o Centro de Treino de Guerra Especial John F. Kennedy. A estrutura de controlo é muito confusa, está em constante mudança, além disso, existem contornos de controlo ocultos e está longe de ser fácil entender isto”.

Quais são as melhores palavras para descrever a atmosfera na Universidade Johns Hopkins?

“Numa palavra – surreal”.

Muitas feministas, aberrações (freaks) e outros mutantes psicológicos?

“E isso também, mas todas as universidades americanas agora estão cheias delas. Não houve pressão direta sobre nós, estudantes da Rússia, mas a atmosfera à nossa volta era bastante tensa. Tive a sorte de ter terminado a segunda parte do curso online quando já estava na Rússia. Caso contrário, haveria definitivamente problemas. A propósito, havia cursos livres onde se falava acerca da ocupação da Ucrânia pela Rússia”.

Numa perspectiva histórica profunda?

“Claro”.

Ou seja, numa das principais universidades dos Estados Unidos e do mundo, eles simplesmente transmitiram um rematado absurdo pseudo-científico?

“É disso que se trata. Convém também recordar os cursos sobre direito humanitário internacional. Este é na verdade um curso muito importante e é procurado por observadores da ONU, participantes em missões humanitárias internacionais, etc. A ênfase neste curso era colocada nos conflitos militares locais. No entanto, foi compilado de tal forma que estava cheio de interpretações erradas e de exemplos francamente falsos dos acontecimentos na Chechénia, Abcázia e Síria. Mais uma vez, foi colocada uma enorme ênfase na Ucrânia. Era aqui que estava a chave foi escondida – eles usaram este curso para propaganda anti-russa, convencendo-nos de que somos um império maléfico. Isto demonstra a seriedade verdadeiramente brutal da sua abordagem em relação a nós, pois mesmo em ninharias como o curso habitual do direito humanitário internacional é adaptado à demonização da Rússia”.

Há uma certa maniacalidade nesta totalidade de ações anti-russas…

“Isto deve-se à natureza sistémica da abordagem estatal em relação ao Estado, o qual eles consideram o principal inimigo. No entanto, não se esquivam a testar métodos radicais de influenciar a consciência pública dentro do seu próprio país”.

Está a falar acerca do projeto MK-Ultra?

“Acerca disto, também. Contudo, estou certo de que todo o escândalo do projeto MK-Ultra foi uma fuga organizada pela CIA. Por um lado, com contos acerca de dúbios experimentos para-científicos e outras extravagâncias que impressionam a imaginação, eles queriam distrair a atenção de projetos que realmente prometiam êxito significativo. Por exemplo, o de criar uma estrutura conceptual e organizacional para administrar a rede global que estava a ser instalada naqueles anos. Por outro lado, fazia parte de uma guerra psicológica tanto contra oponentes como contra o seu próprio povo. Não esqueça a reputação da CIA, a qual criou um auréola incrível e fantástica em torno de si própria. Estados dentro do seu próprio país estão a fazer coisas incríveis. Qual é o valor do fenómeno “columbine” – tiroteios em massa em instituições educacionais e nas ruas?”

Por que é que eles fariam isso?

“Aumenta a histeria em massa. Em última análise, isto é benéfico para os vendedores de armas”.

Mas afinal de contas, estas tragédias não são o principal argumento contra a livre circulação de armas?

“Incidente após incidente, as vendas de armas crescem a passos largos após tais ações. As pessoas procuram proteger-se de psicopatas e de terroristas individuais. Este país não proibirá a circulação civil de armas, isto é simplesmente impossível devido à sua estrutura social. Armar os professores, sim. E isto, mais uma vez, irá aumentar as vendas de pistolas e revólveres”.

Não será isto uma teoria de conspiração?

“Para aqueles que estão familiarizados com a realidade e a mentalidade americanas – não de todo. Você vê, qualquer fenómeno social, incluindo os piores, pode ser monetizado. A partir do momento em que tal monetização tem êxito, o fenómeno começa a ser estimulado. E acusações de conspiração, deve ter percebido, são especialmente populares entre liberais. Se globalistas descobrem que alguém descobriu as suas manipulações e o significado das suas atividades, então marcam-no como um teórico da conspiração e paranóico”.

Falando na generalidade, para o pensamento económico liberal e para o pensamento político, é extremamente característico acreditar nas forças de auto-organização da sociedade. Um enorme número de fenómenos e acontecimentos que são claramente o trabalho de mãos humanas e o resultado do desígnio de pessoas específicas são declarados caberem ou à notória “mão invisível do mercado”, ou à auto-organização espontânea de cidadãos preocupados, ou simplesmente ao fenómeno estatístico dos grandes números – eles dizem que acontecimentos raros tendem a ser agrupados e só um ignorante que não domina o assunto pode ver nisso o significado de pensamento crítico ou louco.

“A propósito, acerca dos chamados cursos de pensamento crítico. Se pensa que este é outro nome para um curso de lógica de argumentação lógico-formal, então está enganado. Isto é uma operação especial de psicologia e propaganda ao mesmo tempo. Este curso está cheio de exemplos de discursos de políticos e líderes de opinião russos que ‘expõem’ a nossa propaganda. Contudo, o seu conteúdo teórico tem pouco em comum com a lógica formal clássica. Trata-se de uma outra Novilíngua (Newspeak). A propósito, gostaria de salientar que também considero a emigração para a Rússia de um especialista técnico americano que falou acerca das possibilidades da investigação eletrónica e de outros horrores da vigilância total como sendo uma operação semelhante de fuga controlada”.

Está a falar de uma pessoa cujo último nome é “Snowden”?

“Sim, acerca dele. A propósito, ele provavelmente é honesto nas suas intenções. Mas note como os americanos permitiram que voasse para fora do aeroporto em Singapura sem obstáculos. E lembre-se de comparar os casos com Bout e Yaroshenko. Os americanos precisam disto por alguma razão”.

Instilar o medo da espionagem eletrónica numa escala global?

“Em primeiro lugar, é isto. Este é um elementos essencial dos jogos reflexivos de que eles são adeptos.

Não foi por nada que o filósofo e matemático, autor de jogos reflexivos Vladimir Lefebvre partiu para os EUA nos anos 70 para trabalhar na RAND? Em si mesma, a história da emigração de Lefebvre é misteriosa. Há a hipótese de ele próprio ter sido um elemento de um jogo reflexivo para reduzir o perigo de um conflito nuclear, o qual pressupunha uma transparência parcial de inteligência. Para minimizar o risco, foi necessário calcular os pesos da abertura mútua dos instrumentos de inteligência técnica. A tese principal de Lefebvre era que no jogo reflexivo “Eu sei que tu sabes, o que eu sei”, etc.), o vencedor é aquele que tem esta posição reflexiva mais elevada, ou seja, quem mais vezes sabe o que o adversário sabe sobre si próprio.

“Sabe como as Forças Armadas Ucranianas explicam a humanidade dos nossos militares e dos nossos interrogadores em relação aos prisioneiros ucranianos”?

Como pode a humanidade ser explicada? Ela é uma bênção em si própria, então porque explicá-la?

“Nada disso! Os media ucranianos espalham que os nossos combatentes estão desejosos de os testar, mas a força da personalidade dos “defensores iluminados” é tão grande que os nossos joelhos tremem por medo de os tocar”.

Por outras palavras, isto significa que o caso é apresentado como se os nossos combatentes fossem moralmente fracos para a tortura?

“Antes de mais, tudo é apresentado de forma a que estes prisioneiros nazis sejam considerados ferozes! E do que está a falar é de uma conclusão que qualquer pessoa com lógica pode tirar. E isto também lhes convém”.

Isto soa totalmente selvagem. Será que alguém acredita realmente nesta explicação perversa?

“Sim, muitos acreditam nela. Por toda a sua simplicidade, esta é uma explicação não trivial, que tem uma caligrafia ocidental. Estes especialistas são capazes de virar muitas coisas que são contra eles em seu proveito. Na Ucrânia, este trabalho contra nós atingiu um novo nível qualitativo. Os Centros de Informação e de Operações Psicológicas das UAF não comem o seu pão em vão. Por outro lado, eles próprios ganham com isso”.

Como assim?

TUDO SE TRANSFORMA EM NEGÓCIO

“Tudo o que é criado com a participação de americanos é uma forma de negócio. No mínimo, a atividade deveria ser auto-sustentável. Mas isto é um cenário mau – ela deveria ser lucrativa. É assim que funciona tudo entre eles. Tudo o que é feito deve ter o seu próprio “produto”. Há três tipos de produto: branco, cinza e negro. As finanças dos produtos brancos são visíveis, as dos cinzas são parcialmente visíveis e as negras permanecem secretas. Se falarmos acerca de agências americanas de inteligência, elas têm sempre falta de fundos “brancos” distribuídos pelo Congresso. Mas não é apenas por mesquinharia dos deputados, a implicação é que a CIA e outras “firmas” respeitadas são bastante capazes de fazer dinheiro para as suas atividades e para as suas próprias vidas. Considere o caso Irão-Contra, quando a CIA vendeu cocaína no valor de milhares de milhões de dólares aos seus próprios cidadãos na Califórnia, a seguir usou o dinheiro para comprar armas para os Contra da Nicarágua, mísseis anti-tanque e peças sobressalentes para os F-14 do Irão. O Congresso nunca daria dinheiro para comprar armas para o Irão, muito embora fosse uma condição iraniana para a libertação de refens da Embaixada dos EUA após a Revolução Islâmica. E o que aconteceu ao jornalista que na década de 1990 revelou o esquema de venda da cocaína?”

Se me recordo corretamente, primeiro ganhou um prémio prestigioso porque havia um escândalo. A seguir foi esquecido e perdeu o seu emprego. E uma vez esquecido – eles mataram-no.

“Está certo. E esta história não é um caso especial. Estas são as bases do seu trabalho em qualquer campo de atividade. Deve haver um “produto!” Exatamente agora, supõe-se que a Suécia adira à NATO e o lucro já é óbvio – o aço sueco tornar-se-á mais barato para os americanos.

Então que espécie de lucro podem trazer os Centros para Informação e Operações Psicológicas? O que é este produto?

“Eles têm uma rede de call centres sob o seu controle, alguns dos quais são mantidos numa base contratual. O seu produto são as receitas da fraude telefónica na Rússia. Isto não é segredo – uma grande proporção das chamadas fraudulentas para os nossos cidadãos em nome do Sberbank foi feita por eles. Call centres ucranianos e fábricas de trolls para criar opinião pública, registo em massa de contas de esquerda nas redes sociais são da responsabilidade ocidental. E há também o lado oriental. Está localizado na Malásia”.

Qual é o rácio entre as finanças brancas e as negras?

“De acordo com minhas estimativas, cerca de 70% de dinheiro antigo e cinza para 30% do negro. Estas pessoas não fogem de qualquer negócio criminoso: fraude financeira, roubo direto de ativos por hackers, tráfico de droga, tráfico de órgãos”.

Tudo isto está presente na Ucrânia?

“Tudo isto estava e está no Kosovo e tudo isto está na Ucrânia. No momento, estou na zona libertada e regularmente observo traços de tais atividades, incluindo a comunicação com a população civil como parte das nossas operações humanitárias. A Ucrânia foi finalmente capturada por eles no Maidan e tornou-se um projeto auto-sustentado e mesmo altamente lucrativo para destruir a Rússia. Tudo estava a caminhar tranquilamente para eles. Mas calcularam mal uma coisa durante o Maidan – revelaram o facto de utilizarem psicofarmacologia de combate para estimular protestos de ativistas para ações violentas. Isto foi um argumento muito grave contra aqueles que tentavam apresentar o caso como uma manifestação de processos de natureza social”.

Está a falar acerca daqueles que estão dentro ou fora do país?

“Acerca de todos. Mas, acima de tudo, acerca daqueles que estão dentro, incluindo os que tomam decisões ou influenciam-nas com as suas avaliações e análises. Quando estes factos foram revelados, já não havia espaço para quaisquer ilusões”.

Aleksandr, o que pensa que será o orçamento deste CAPOC?

“Isto é uma floresta muito escura mas, tal como entendo, o CAPOC é financiado de um modo branco e cinza não só pelo exército, mas também a partir dos orçamentos da Força Aérea e da Marinha, em particular a partir do orçamento do Marine Corps. Falando na generalidade, as fontes para tais atividades podem ser as mais exóticas. O dinheiro envolvido neste trabalho numa escala global é enorme. De facto, ele é bastante comparável aos próprios orçamentos da Força Aérea e da Marinha”.

Está a falar acerca de centenas de milhares de milhões de dólares?

“Sim, centenas. Além disso, deveria ser entendido que a liderança formal deste Comando para Operações Psicológicas e os líderes reais da guerra psicológicas e de informação estão longe de serem os mesmos. Há um circuito de administração oculto, regulações secretas e documentos regulamentares. Estou convencido de que o sistema real de administração para este tipo de atividade extremamente específico é muito diferente do que você pode ler nos numerosos sítios web do Pentágono”.

Por que gastar tanto dinheiro?

“Além das despesas correntes, há investimentos estratégicos que são muito significativos. Portanto, um dos investimento de maior êxito a longo prazo dos EUA nesta área tem sido na reforma dos cuidados de saúde e educação em outros países e em organizações internacionais que apoiam estas reformas. Se falarmos então acerca da nossa Mãe Pátria, como agora ficou claro, as reformas nestes sectores realmente buscaram objetivos destrutivos. Sofremos prejuízo terrível, o qual ainda hoje afeta, dentre outras coisas, o grau da nossa prontidão de combate. Isto significa que subestimamos a vulnerabilidade estratégica no campo da educação e saúde, muitos responsáveis percebiam tais advertências como sem sentido. Agora somos forçados a corrigir o prejuízo provocado. É bom que possamos fazer isso. E o dano para a consciência e saúde do povo, incluindo a saúde reprodutiva, em alguns países dependentes dos Estados Unidos é tão terrível que há sérias dúvidas de que possam ser compensados no futuro previsível”.

Aleksandr, o que podemos fazer contra esta máquina de lavar cérebros?

“A verdade – nossa fortaleza está na verdade. E na vontade de vencer”.

[NR] Cidadãos russos falsamente acusados de crime pelo governo britânico em 2018. Ver www.craigmurray.org.uk/archives/2018/09/the-incredible-case-of-boshirov-and-petrovs-visas/
[*] Perito militar russo.
O original encontra-se em www.stalkerzone.org/how-the-american-brainwashing-machine-works/
Este artigo encontra-se em resistir.info

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