Dados do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) apontam que a região desponta do restante do mundo e conta com 25% da matriz energética gerada por fontes renováveis, principalmente por conta da hidroeletricidade e dos biocombustíveis. Mas como isso atrai empresas e governos de olho na diversidade crucial para o futuro?
“A questão é muito mais como desenvolver a capacidade técnica e de recursos humanos para essa indústria, uma vez que os níveis educacionais na América Latina ainda limitam o desenvolvimento. A questão financeira também, já que não temos poupança para fazer esses investimentos e nossas taxas de juros não são tão baixas quanto as de países desenvolvidos. E para fazer a transição energética, é necessário uma combinação desses fatores”, resume o especialista.
Qual país do mundo mais explora energia alternativa?
“O banco possui um capital aplicado em torno de US$ 35 bilhões [R$ 197,5 bilhões], sendo que US$ 4 bilhões [R$ 22,5 bilhões] está em investimentos em parques de energia eólica no Nordeste brasileiro […]. O volume pode chegar a US$ 100 bilhões [R$ 564 bilhões] e acredito que boa parte pode ser usado para desenvolver a indústria energética do Brasil“, pontua.
Como se produz o hidrogênio verde?
“Desenvolver a cadeia energética do hidrogênio pode trazer maior estabilidade para fontes que são intermitentes, como a solar e a eólica. E, por meio da estabilidade, aumentar a segurança energética. Mas, ao mesmo tempo, a gente ainda não sabe como vai se organizar a cadeia industrial do hidrogênio, nem no Brasil, nem no mundo. E é importante ter em mente que as cadeias energéticas são muito diferentes entre os países. A forma como a indústria vai se organizar no Brasil pode ser completamente diferente de como vai ser na Argentina, de como vai ser na Venezuela ou no México”, destaca.