Um recente relatório da Organização Não Governamental Global Witness revelou que 212 defensores da terra e o meio ambiente foram assassinados em 2019 no mundo, e Colômbia foi a nação com mais quantidade de casos.
Em 2019 perderam a vida no país sul-americano 64 ativistas, o número mais alto jamais registrado pela ONG, refere o documento titulado ‘Defender o Manhã. Crise climática e ameaças contra as pessoas defensoras da terra e do meio ambiente’.
A cifra representa 30% dos crimes a nível mundial e a maior parte ocorreram na região do Cauca.
De acordo com a análise, os grupos indígenas estão em risco e constituem a metade dos casos documentados, apesar de representar só 4,4% da população.
A ONG vincula a violência ao incumprimento do Acordo de Paz de 2016 atingido entre as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e o Governo de Juan Manuel Santos.
Descreve que grupos do crime organizado e paramilitares são responsáveis por uma alta percentagem dos assassinatos.
Um aspecto finque do acordo de paz foi outorgar um incentivo para afastar os agricultores da plantação da folha da coca e assim reduzir a produção de cocaína e interromper o comércio de drogas, mas este programa de substituição de cultivos foi mal implementado, ao que se acrescenta a cultura de impunidade generalizada no país.
‘Alguns sustentam que esta impunidade é impulsionada por um governo que tenta classificar estes assassinatos como crimes localizados, em vez de considerar como parte de uma tentativa de vários atores de continuar reprimindo a mudança social de maneira violenta’, assinalou o relatório, o qual adverte sobre as crescentes ameaças que enfrentam as mulheres ativistas.