Brasília, 19 jan (Prensa Latina) Caminhões carregados com oxigênio da Venezuela cruzaram nesta segunda (18) a fronteira brasileira a caminho de Manaus, capital do estado do Amazonas (noroeste), que enfrenta uma crise sanitária sem precedentes devido à pandemia de Covid-19.
Após tal passagem, houve uma inspeção da Polícia Federal, no setor migratório, e eles continuaram sua viagem.
O carregamento solidário chega a esta cidade amazônica para enfrentar um colapso sanitário devido a um aumento recorde de infecções do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19.
Por enquanto, Manaus tem hospitais sem oxigênio para cuidar dos doentes, pacientes transferidos para outros estados porque não existem mais internações hospitalares, exibe cemitérios lotados e enfrenta um toque de recolher.
Os caminhões deixaram a cidade de Puerto Ordaz, disse o vice-cônsul da Venezuela na cidade de Roraima, José Martí Uriana, que acompanhou os carros desde a fronteira até o país.
Após ser liberado em Pacaraima, o carregamento deve ter passado por Boa Vista, a capital de Roraima, de onde se dirige para Manaus, a cerca de 781 quilômetros de distância.
Há três dias, o Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, escreveu na rede social Twitter que deu a boa notícia ao governador do Amazonas Wilson Lima, que os primeiros caminhões com milhares de litros de oxigênio estavam saindo no sábado da fábrica da SIDOR, Puerto Ordaz, para Manaus.
Em carta enviada a seu homólogo brasileiro, Ernesto Araújo, em agosto de 2020, Arreaza insistiu que ‘é hora de pôr de lado atitudes, arrogância, diferenças; (…) o Direito Internacional também obriga as nações a cooperar, especialmente em situações de emergência’.
Ele pediu a busca de uma fórmula para transcender as diferenças e dar lugar a uma nova dinâmica de relações bilaterais abrangentes, para o bem dos povos de ambas as nações.