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quarta-feira, 16 julho, 2025

Chefe da OTAN volta a ameaçar Brasil com sanções caso Rússia não chegue a acordo com Ucrânia

Reprodução/World Economic Forum

Sputnik- O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, voltou a afirmar nesta terça-feira (15) que países que continuam a fazer negócios com a Rússia, como Brasil, China e Índia, serão alvos de sanções econômicas em tarifas que podem alcançar os 100%.

Em conversa com jornalistas após reunião com congressistas dos EUA, Rutte reforçou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e Washington querem taxar qualquer país que compre petróleo ou derivados da Rússia.

“Se você é o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda negocia com os russos e compra seu petróleo e gás, saiba que se esse cara em Moscou não levar as negociações de paz a sério, eu aplicarei sanções secundárias de 100%.”

Em entrevista à Fox News na última segunda-feira (14), Rutte já havia afirmado que essas ameaças de sanções poderiam fazer com que outras nações dialoguem com Moscou em busca de um acordo de paz ou de cessar-fogo com a Ucrânia.

“Então, se você está em Pequim, [Nova] Deli ou Brasil, e você sabe que isso está indo até você, você talvez queira ligar para Vladimir Putin e dizer: ‘Ei, amigo, nós continuamos a comprar coisas de você, mas você tem que levar a sério quando se trata dessas negociações de cessar-fogo ou acordos de paz, ou então nós vamos ser atingidos por sanções secundárias'”, disse na ocasião.

Rutte está nos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente do país e divulgou, junto ao mandatário, que a OTAN usará dinheiro dos países europeus para comprar armas estadunidenses, que serão enviadas à Ucrânia.
O presidente norte-americano, Donald Trump, fala com a imprensa durante uma reunião com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. Washington, D.C., 14 de julho de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 14.07.2025

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Além do anúncio dos novos armamentos, que incluem sistemas de mísseis Patriot, Trump e Rutte deram 50 dias para Moscou alcançar um acordo com Kiev, a fim de evitar a nova rodada de sanções.

“Se não tivermos um acordo em 50 dias, é isto o que faremos: tarifas secundárias. E elas serão duras. Espero que não cheguemos a esse ponto, mas tenho ouvido muita conversa. É tudo conversa”, disse Trump.

ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrovafirmou na manhã de hoje que o governo da Rússia quer entender “o que está por trás dessa afirmação” de 50 dias.
“Já ouvimos antes 24 horas, ouvimos 100 dias, já passamos por tudo isso e queremos muito entender o que move o presidente dos Estados Unidos.”
Apesar das afirmações do secretário-geral da OTAN — aliança que tem sido a principal responsável pela manutenção do conflito russo-ucraniano —, o Brasil tem sido um dos defensores de uma solução negociada para a crise, tendo inclusive lançado uma iniciativa, ao lado da China, para esse fim, que foi elogiada pela Rússia, mas não recebeu o devido apoio dos parceiros ocidentais.
A Rússia já demonstrou inúmeras vezes disposição para negociar com Kiev o fim do conflito, mas as conversas acabaram não seguindo adiante devido à falta de flexibilidade por parte das autoridades ucranianas, com exigências descabidas ou sabotagens protagonizadas por lideranças ocidentais.

Segundo Moscou, a insistência dos EUA e de países europeus em continuar a enviar armas para a Ucrânia em nada contribui para o diálogo entre as partes e a possibilidade de uma solução pacífica.

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