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sexta-feira, 26 julho, 2024

Celac considera entrada do Equador na embaixada mexicana uma violação

Tegucigalpa, 16 de abril (Prensa Latina) A presidência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) afirmou hoje que o Equador violou a soberania do México ao invadir violentamente sua embaixada e defendeu a resolução pacífica de quaisquer divergências na área.

A líder rotativa do bloco e presidente de Honduras, Xiomara Castro, disse que esta ação abre um precedente desastroso para a aplicação do quadro jurídico internacional, porque viola e ignora as disposições estabelecidas para a realização do trabalho diplomático.

Ele pediu ao Equador que redirecione o procedimento apropriado das regras de asilo solicitadas pelo ex-vice-presidente Jorge Glas e lhe conceda a passagem segura necessária para facilitar sua transferência para o México.

Segundo ele, desta forma Quito iniciaria a normalização das relações entre os dois Estados, que foram rompidas em decorrência do incidente ocorrido no dia 5.

Por fim, Castro reiterou o compromisso de consolidar a Celac como uma zona de paz e onde as diferenças entre os países membros da organização sejam resolvidas por meios pacíficos e pelo diálogo.

Com a sua intervenção, a dignitária abriu uma cimeira extraordinária entre os chefes de Estado e de Governo do bloco, que se reúne virtualmente para analisar a crise diplomática no México e no Equador.

O conflito eclodiu quando, em 5 de abril, a polícia equatoriana entrou à força na embaixada mexicana para capturar Glas, que anteriormente havia solicitado asilo político ao governo de Andrés Manuel López Obrador.

A Celac analisou a situação primeiro numa reunião da troika (Honduras, Colômbia e São Vicente e Granadinas) e depois numa reunião extraordinária a nível de chanceleres, que reiteraram as suas condenações individuais à violação da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e às Normas de Asilo da Convenção de Caracas.

Glas tem um mandado de prisão no seu país por alegado desvio de fundos na reconstrução de duas províncias afectadas por um terramoto. Além da rejeição internacional do evento, o México e também a Nicarágua romperam relações com o Equador, uma ação foi movida perante a CIJ contra Quito e a Colômbia prometeu ações para que a Corte Interamericana de Direitos Humanos emitisse medidas cautelares em favor de Glas.

Outras organizações da região também convocaram reuniões de emergência com este tema na agenda e as consequências para o Equador, que poderá enfrentar sanções.

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