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sábado, 2 agosto, 2025

Cartas habaneras (XXVII)

Fotos: Arquivo Pátria Latina

 

Por: Emiliano José

E viria o furação.

Fidel, um furacão.

Viria do mar.

No Granma, com 82 companheiros, ele desembarca em Cuba no dia 2 de dezembro de 1956.

Do assalto ao Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, em 26 de julho de 1953, ao dia 8 de janeiro de 1959, quando entra em Havana, Fidel esteve à frente de um impressionante processo revolucionário.

Surpreende o mundo pela ousadia e criatividade.

A bem da verdade, com todas as dificuldades, e não são poucas, decorrentes do perverso bloqueio norte-americano, a bem da verdade continua surpreendendo até os dias atuais.

A trajetória de Fidel Castro | Mundo | G1

Fidel comandou uma revolução com impressionante vigor.

Deu sequência ao processo revolucionário iniciado no século XIX, e tal processo segue até os dias atuais.

A fase final da Revolução Cubana, exatamente a dirigida por Fidel Castro, impressiona por vários, inúmeros motivos.

Impressiona ouvi-lo refletir, falar sobre a construção de uma ética no curso daquela luta.

Ele revela tudo isso no “Cien horas com Fidel”, de Ignacio Ramonet.

_ Ni terrorismo, ni atentados, ni tampoco magnicídio.

Ser contra Batista nunca levou os revolucionários cubanos a sequer tentar realizar algum atentado contra ele.

Sabia: o tiranicídio nunca serviu na história para fazer uma revolução.

Terrorismo, nem pensar.

À base do terrorismo, não se ganha nenhuma guerra – assim pensava Castro.

Prisioneiros de guerra, tratados com respeito.

_ Hay principios que son elementales en la guerra y en la política.

Não, não se tratava de um pensamento piedoso.

_ La ética no es una simple cuestión moral: la ética, si es sincera, rinde también frutos.

Também, e Fidel Castro faz questão de dizer isso, não houve um único caso de civis mortos nos 25 meses da luta armada iniciada em Sierra Maestra, ao menos se dissesse respeito à Coluna 1, comandada por ele.

Recomenda a Ramonet, por cuidados, consultar a outros chefes guerilheiros se houve algum caso nas áreas comandadas por eles.

_ Para nosotros es una filosofía el principio de que a las personas inocentes no se las puede sacrificar.

No curso da guerra, houve necessidade de instaurar uma justiça revolucionária, onde houve a aplicação da pena de morte, e somente em caso de traição.

Quando se localizou banditismo no Exército Rebelde, não houve dúvida: os integrantes foram fuzilados.

Depois disso, nunca mais nenhum membro do Exército Rebelde assaltou um armazém, una tienda qualquer.

_ Se creó una tradición. Y se impuso una ética revolucionaria, un respeto total a la población.,

Revolução Cubana (1959): resumo, causas e consequências - Toda Matéria

A Revolução Cubana, já se viu, foi um processo.

Segue sendo nos dias atuais.

Não foi fruto, na fase final, apenas dos guerrilheiros de Sierra Maestra.

Dependeu de muitas outras forças.

Da força do povo cubano.

Da solidariedade dos camponeses aos guerrilheiros.

Do trabalho de revolucionários nas cidades.

Criou-se, mais tarde, uma teoria, foquista, tentando fazer acreditar bastasse um punhado de homens e mulheres para fazer a revolução.

Não foi este o caso da Revolução Cubana, na fase final.

Dependeu de um conjunto de forças.

Impulsionadas, evidentemente, pelo crescimento das forças guerrilheiras, comandadas por Fidel Castro.

Ninguém faz uma revolução por conta somente da disposição dos revolucionários.

E ela segue, até os dias de hoje.

#omilagrecubano

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