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terça-feira, 18 março, 2025

Candidata equatoriana promete reverter concessão do campo de Sacha

Quito, 5 de março (Prensa Latina) A candidata presidencial Luisa González, do partido Revolução Cidadã (RC), prometeu hoje que, se vencer as eleições de 13 de abril, reverterá a concessão do campo petrolífero de Sacha a um consórcio estrangeiro.

Em entrevista a uma rádio local, o candidato ao cargo de chefe do Executivo — que disputará um segundo turno com o atual presidente, Daniel Noboa — afirmou que o acordo para ceder as operações do campo petrolífero foi feito “à margem da lei”.

“Vamos derrubá-lo, vamos revertê-lo, porque não vamos entregar os recursos dos equatorianos, quando um contrato foi feito aqui fora da lei”, disse ele.

O representante da RC também alertou para a possibilidade de cláusulas de arbitragem internacional incluídas no contrato, o que violaria a Constituição e a vontade soberana do povo, que rejeitou tal mediação em referendo em 2024.

A Amodaimi-Oil Company SL e a Petrolia compõem o consórcio Sinopetrol, ao qual o Ministério de Energia e Minas adjudicou a operação de Sacha, o campo petrolífero mais produtivo do país.

Atualmente, o Estado controla 100% da produção desse bloco, porém, com o novo esquema, o Equador receberá entre 12,5% e no máximo 26,5% da produção, e este último somente se o preço do barril de petróleo bruto atingir 120 dólares.

González rejeitou a afirmação da ministra de Energia e Minas, Inés Manzano, de que Sacha é a joia da coroa, mas está enferrujada, pois produz 77 mil barris de petróleo bruto por dia.

A candidata também disse que recontrataria os funcionários da Petroecuador que foram demitidos por não assinarem relatórios para entregar a operação e exploração do bloco extrativo ao consórcio estrangeiro, “eles se recusaram a trair o país”.

Ele também se referiu às supostas ligações entre a família Noboa e a recente adjudicação de Sacha e alertou que o atual governo “está a dividir o Estado e a tomar o país por peso”.

Na segunda-feira passada, Manzano confirmou a adjudicação do campo de Sacha, localizado na província amazônica de Orellana, embora tenha esclarecido que o contrato não foi assinado, pois ainda estão pendentes algumas burocracias e o pagamento de um prêmio de 1,5 bilhão de dólares.

A Associação de Trabalhadores em Energia e Petróleo (Antep) descreveu a decisão do governo equatoriano de conceder o bloco de mineração mais produtivo do país a um consórcio estrangeiro como uma “fraude disfarçada de boas intenções”.

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