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sexta-feira, 26 julho, 2024

Campanha na Colômbia contra crimes de Estado

Bogotá, (Prensa Latina) Organizações de direitos humanos promovem na Colômbia a Campanha pela verdade, que pretende visibilizar crimes de Estado e acompanhar a presença de militares perante a Jurisdição Especial para a Paz.

A iniciativa está também focada em gerar o debate público sobre a verdade dos assassinatos cometidos com participação de agentes estatais ou em cumplicidade com grupos paramilitares no contexto do conflito armado.

Dita campanha tomou especial força há vários dias, principalmente a partir da polêmica gerada depois de ser apagado nesta capital um mural que denunciava execuções extrajudiciais, através das quais civis foram apresentados como mortos em combate.

No último dia 18 de outubro, enquanto um grupo de artistas gráficos realizavam um mural em referência às execuções extrajudiciais, das que seriam responsáveis altos comandos do Exército, sofreram intimidação de agentes da Força Pública, reportou o meio local Contágio Rádio.

Esses agentes apagaram os rostos daqueles que são investigados pelos assassinatos de 5.763 civis falsamente apresentados como mortos em combate, detalhou.

O mural expunha os rostos de Juan Carlos Barrera, Adolfo León Hernández, Mario Montoya, Nicacio Martínez e Marcos Evangelista, altos comandantes do Exército investigados por sua participação nestes acontecimentos entre 2000 e 2010.

Várias pessoas levantam suas vozes para criticar o que aconteceu, principalmente nas redes sociais digitais com o uso da rashtag #EjércitoCensuraMural.

Ajude-nos a divulgar em diferentes cidades e formatos o desenho do mural que o Exército apagou. Vamos demonstrar que, contra a censura, toda Colômbia se soma à #CampañaPorLaVerdad, escreveu no Twitter o Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado, ao considerar que se trata de um atentado à liberdade de expressão.

O defensor de direitos humanos Francisco Castellanos destacou: ‘Quem deu a ordem de apagar o mural artístico que perguntava quem deu a ordem de assassinar milhares de jovens na Colômbia?’

Hernán Camacho, colunista do Semanário VOZ, expressou que ‘mesmo que apaguem da parede suas caras, não podem mudar a história. Eles mataram jovens para simular que ganhavam a guerra e para que o político não perdesse eleições’.

Poderão apagar um mural, mas nunca a memória. Milhares de jovens foram assassinados pelo Exército da Colômbia no governo do (ex-presidente) Álvaro Uribe. A luta pela justiça também não a deterão, assim tenham cortinas de fumaça, manifestou Zoraida Hernández, advogada e defensora dos direitos humanos.

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