Guatemala, (Prensa Latina) Os médicos, enfermeiras, técnicos e outros profissionais da saúde que integram a Brigada Médica Cubana (BMC) na Guatemala, continuam espalhando amor por quase todos os rincões deste país centro americano como faz 18 anos.
A entrega dos membros do exército de jaleco brancas, como os nomeou o comandante Fidel Castro, lhes esboçou o carinho e respeito de muitas pessoas por estas terras e isso ficou provado no âmbito dos festejos pelo aniversário de sua chegada ao território a raiz do arrasador furacão Mitch (1998).
Depoimentos de ex pacientes que recuperaram a vista graças à Operação Milagre -programe insigne da missão-, amigos solidários da Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca (URNG), católicos e cubanos residentes no Guatemala, deram fé de quanto deixam a seu passo os colaboradores.
‘Louvável este trabalho solidário, este trabalho com tanta entrega que nos deu como país, como nação, como sociedade, a BMC nestes 18 anos’, qualificou o secretário de Relações Internacionais da URNG, Juan Ramón Ruiz.
Destacou que Cuba só veio a encher um vazio enorme, esvaziou que tanto tempo após iniciar labores a BMC, segue estando presente, e defendeu que ‘um dia o sistema de saúde guatemalteco seja capaz de chegar a essas aldeias, a esses lugares recônditos, e de salvar centenas de milhares de vidas humanas como o fez a BMC’.
‘Nada poderá pagar o amor do povo cubano ao povo guatemalteco. Jamais poderemos pagar, de jeito nenhum, o que o povo cubano faz pelo povo guatemalteco’, afirmou a psicóloga e comunicadora Julissa Martínez e reconheceu o desprendimento de quem fazem com tanto carinho longe de suas famílias, de seus amigos, e de sua terra.
Oradores fizeram notar a ausência de autoridades do Governo do Guatemala e em particular do Ministério de Saúde Público e Assistência Social, pese ao qual o calor humano transbordou as expectativas dos presentes, entre os quais estavam também protagonistas da façanha empreendida pelos médicos cubanos em 1998.
‘Eu tive a mordomia, como médica cubana, de trabalhar no início do programa integral de saúde nesse ano, precisamente quando os huracanas George e Mitch açoitaram estes países’, compartilhou a Imprensa Latina a doutora, Yilian Jiménez.
Para a coordenadora nacional da BMC, chegar a Guatemala e ver fortalecida uma ideia do líder da revolução cubana é uma mordomia, mas também constitui motivo de regozijo comprovar quanto se ajudou a fortalecer a infraestrutura de saúde de um país que tanto precisa.
A BMC tem presença em mais de 16 departamentos guatemaltecos e mais de 156 membros desta trabalham na atenção primária, em lugares de difícil acesso, onde os pacientes não recebem outra ajuda que não seja a da colaboração médica cubana, argumentou.
E manifestou sua satisfação por ‘ver também a semente da Escola Latino americana de Medicina dispersa por toda a geografia guatemalteca, com mais de mil graduados como médicos em Cuba’.
Por sua vez o embaixador Carlos Manuel de Gramas fez notar que os profissionais da saúde cubanos devolveram a visão a mais de 156 mil guatemaltecos e salvaram cerca de 400 mil da morte, a partir de processos iniciados em 40 milhões de consultas médicas.
‘Nós não temos um capital financeiro mas se temos um bom capital humano, e esse capital humano que são vocês, é o que temos que defender’, expressou o diplomata, quem alentou a seguir prodigando amores e a cumprir com o dever sagrado de ajudar ao próximo.
Presentes na celebração rememoraram que os primeiros cooperantes da saúde cubanos foram dirigidos ao hospital A Tinta, enclavado no município homônimo, do departamento nortenho de Alta Verapaz, onde tiveram que sortear múltiplos obstáculos para assistir aos afetados pelo furacão Mitch.
Desde então esse centro assistencial deveio símbolo da fraternidade e um dos bastiões para o desenvolvimento da profissão neste país centro americano, onde sem dúvidas impregnou sua impressão esta brigada de esperança e amor entre Cuba e Guatemala.