Charge: Junião |
Por Altamiro Borges
Relatório divulgado nesta segunda-feira (12) pelo MapBiomas, plataforma que reúne ONGs e universidade para monitorar o desmatamento no Brasil, demonstra que o covil de Jair Bolsonaro devastou o equivalente a 1,5 vez a área total do estado do Rio de Janeiro. Um crime ambiental sem precedentes na história!
Durante a sua trágica gestão, entre 2019 e 2022, o país contabilizou 6,6 milhões de hectares desmatados. A devastação cresceu em cinco dos seis biomas brasileiros no ano passado, na comparação com 2021: Amazonia, Cerrado, Pantanal, Pampa e Caatinga. Apenas na Mata Atlântica não houve crescimento. Os maiores aumentos ocorreram na Amazônia e Cerrado, que juntos responderam por 90% da área desmatada no país em 2022.
Ainda de acordo com o relatório, dos 5.570 municípios brasileiros, 62% tiveram alertas de desmatamento no ano passado, sendo que 50 deles responderam por 52% da mata total destruída. O município de Lábrea (AM), com 62.419 hectares desmatados, superou a cidade de Altamira (PA), campeã de área devastada nos últimos três relatórios do MapBiomas. Confira a área desmatada no país durante as trevas de Jair Bolsonaro:
2019 – 1.221.570 hectares
2020 – 1.645.104 hectares
2021 – 1.682.575 hectares
2022 – 2.057.251 hectares
Agropecuária lidera com 95,7% do total desmatado
Como aponta Carlos Madeiro no site UOL, “o Pará liderou o ranking de 2022, com 22,2% da área desmatada do país, seguido pelo Amazonas, com 13,3%. É no sul do Pará que se concentra o maior desmatamento causado pelo garimpo. Entretanto, apesar dos grandes danos, esse tipo de mineração respondeu por apenas 0,3% do total de supressão de vegetação nativa em 2022 no país. A agropecuária lidera e respondeu por 95,7% do total desmatado no Brasil em 2022, consolidando-se como setor que mais destrói o meio ambiente”.
O jornalista tira duas importantes conclusões do relatório. “Um dado que reforça a necessidade de proteção das terras indígenas (TIs) é que na contramão do resto do país, o desmatamento caiu dentro delas ao longo dos anos. Em 2022, as TIs responderam por apenas 1,5% do total de área desmatada do país; em 2019, esse percentual era de 3,3% do total”. A segunda:
“O relatório também chama a atenção para a necessidade de maior fiscalização: em 2022, mais de 99% da área desmatada no Brasil tiveram pelo menos um indício de irregularidade. Pelas leis brasileiras, é obrigatório ter autorização para desmatamento legal. O documento aponta que as ações de autuação e embargo realizadas pelo Ibama e ICMBio até maio de 2023 atingiram apenas 10,2% da área desmatada identificada entre 2019 a 2022”.
O ritmo aumenta temendo a derrota de Bolsonaro
Já o jornalista Leonardo Sakamoto extrai do estudo mais um forte indício de crime do covil fascista. “Temendo a derrota de Jair Bolsonaro e, com ela, a retomada de punições a quem desmata, houve um salto no ritmo da destruição do meio ambiente. O desmatamento no Brasil cresceu 22,3% em 2022 em relação a 2021, segundo o relatório do MapBiomas. Isso significa que o país perdeu o equivalente a 230 campos de futebol por hora”.
“O desmatamento ilegal não começou e não terminou com Jair Bolsonaro, mas o então presidente o transformou em um símbolo de seu governo a ponto de ser lembrado no exterior como um pária climático global e um carrasco das gerações futuras. Em nome da floresta no chão, atacou a fiscalização, passou pano para criminosos e financiou desmatadores… Como alertei aqui no final de 2021, temendo a derrota daquele que os ajudou, madeireiros e garimpeiros ilegais, grileiros de terra e o naco de produtores rurais que agem ao arrepio da lei correram para colocar o máximo de floresta no chão este ano”.