Buenos Aires, (Prensa Latina) Com eixo no Mercosul e um possível acordo com a União Europeia e negociações para uma moeda comum entre Argentina e Brasil, a visita de Jair Bolsonaro a este país teve como profundidade a rejeição de várias organizações.
Chegou com vários de seus ministros para reunir-se com Mauricio Macri, que no último trecho de seu Governo antes de que comece sua carreira pela reeleição realçou os vínculos existentes entre ambas as nações.
Salpicado por protestos de organismos de direitos humanos argentinos e movimentos sociais que recusaram sua presença no país, Bolsonaro realçou que com Macri compartilha ‘os mesmos ideais e interesses para a região’.
Durante uma coeltiva de imprensa, Macri manifestou que esta visita, como a que realizou a Brasília há uns meses atrás, ratifica o nível de importância que lhe atribuímos a esta relação, disse.
Foto oficial, reuniões, declaração conjunta, assinatura de acordos, apertos de mão e brindes. Afora, na rua, uma grande mobilização de coletivos sociais e políticos que deploraram a presença de Bolsonaro e gritaram pela liberdade de Luis Inacio Lula da Silva.
Países próximos geograficamente e em relações, durante o encontro os presidentes de Argentina e Brasil ratificaram o compromisso de combater o crime organizado, as máfias e a corrupção e elevar os níveis de integração bilateral em matéria energética.
Também não faltaram em seus discursos o tema de Venezuela desde suas visões e como o fizeram defendendo pelo que consideram ‘a defesa dos direitos humanos e a democracia’.
E é que ambos mandatários não têm perdido oportunidade para deixar abertamente seu apoio ao autoproclamado presidente Juan Guaidó.
Com o tema comercial em agenda, Macri e Bolsonaro apostaram pelo Mercosul e a convergência com a União Europeia e pela importância de gerar maior dinamismo no setor industrial e o agrícola.
O presidente argentino anunciou posteriormente em um jantar que ‘em breve se darão fatos históricos como possivelmente seja, em umas semanas, a assinatura do lembro União Europeia-Mercosul’.
‘Ambos achamos que estamos frente a uma oportunidade histórica, porque compartilhamos uma visão de todo o Mercosul no sentido de lhe dar uma maior dinâmica à integração para assim poder conseguir a inserção global que precisam nossos países’, agregou.
O tema em matéria de energia também esteve entre os temas abordados, ao igual que a importância do desenvolvimento das pequenas e médias empresas, e o labor coordenado para aperfeiçoar o controle fronteiriço e trocar a informação que gerem os sistemas de drones.
Também se assinaram vários memorandos e convênios de cooperação em matéria de defesa, desenvolvimento nuclear e judicial.
Uma das notícias que foi divulgadas nos meios locais foi a possível criação de uma nova moeda corrente em comum que levaria o nome de ‘peso real’.
O projeto, segundo a imprensa argentina, incluiria um Banco Central binacional e se convidará a Paraguai e Uruguai, sócios do Mercosul.
Com fortes críticas de organizações e partidos que encabeçaram a manifestação na praça de Maio Bolsonaro se despediu de Argentina com um povo na rua que gritou ao unísono: ‘fora, seu ódio não é bem-vindo aqui’.