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sexta-feira, 26 julho, 2024

Bolsonaro diz que Pinochet pôs fim a comunistas como o pai torturado de Michelle Bachelet

Bolsonaro chamou “direitos humanos” de “bandidos”, defendeu o golpe do ditador Augusto Pinochet no Chile, e atacou pai da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet

Jornal GGN – Jair Bolsonaro atacou a ex-presidente do Chile e alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, nas redes sociais nesta quarta-feira (04). Chamou a agenda de “direitos humanos” de “bandidos”, defendeu o golpe do ditador Augusto Pinochet no Chile, e atacou seu pai, o general Alberto Bachelet que foi preso e torturado por se opor ao golpe militar.

Em seu papel na ONU, Bachelet enviou um alerta das Nações Unidas ao Brasil sobre a “redução do espaço democrático”, sobretudo diante dos ataques contra os defensores da natureza e dos direitos humanos. A Alta Comissária da ONU destacou o aumento do numero de mortos pela polícia no Brasil, afetando desproporcionalmente negros e pobres.

Bachelet destacou que “o discurso publico legitima as execuções sumárias” e a impunidade no Brasil. Mas Jair Bolsonaro tomou o alerta da ONU como uma crítica pessoal e rebaixou os ataques diretamente contra a ex-presidente do Chile, que atua hoje nas Nações Unidas.

Ignorando o papel de Michelle na ONU e que o Brasil é um dos estados membros que deve seguir os protocolos dos quais é signatário, Jair Bolsonaro entendeu que as considerações foram uma “intromissão nos assuntos internos e na soberania brasileira”, que “investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos)”.

Bolsonaro viu ainda o anúncio das estatísticas públicas do aumento da letalidade policial no Brasil como um “ataque” aos “nossos valorosos policiais civis e militares”.

“Michelle Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, escreveu o mandatário brasileiro.

Na mesma publicação, foi além, e resolveu atacar diretamente a ex-presidente chilena, defendendo ao mesmo tempo o golpe do ditador Pinochet, em 1973, que deu “um basta à esquerda” no “seu país”, e que “entre esses comunistas” estava “o seu pai brigadeiro à época”.

Alberto Bachelet foi general da Força Aérea e durante o golpe do ditador militar Augusto Pinochet, se opôs, o que o levou a ser preso e torturado pelo regime militar, morrendo aos 50 anos, pelos maus-tratos sofridos, quando estava sob custódia.

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