FotosPL: Wendy Ugarte Garlobo
Bolívia saiu fortalecida de Eurolat porque todos os deputados, sem importar a sina política que tivessem, terminaram reconhecendo o avanço na sociedade boliviana, que tem conseguido um bem-estar a partir da defesa da integração desde a diversidade, que é tão grande neste país, afirmou.
Morlote acrescentou que os líderes de Eurolat reconheceram o labor de Bolívia, porque as conquistas da revolução de Evo são muito evidentes, e por isso pese à tentativa de algum setor da imprensa, o questionamento ao governo boliviano não foi tema de debate.
Bolívia terminou sendo um referente de como levar adiante um país, ratificou o deputado caribenho, quem aclarou que esta foi uma assembléia extraordinária, porque o Parlamento europeu tem eleições em maio, e se adiantou, mas só na comissão de assuntos políticos.
VENEZUELA, A OUTRA GRANDE GANHADORA
O tema que sim esteve em agenda, e se roubou quase toda a atenção, foi a delicada situação política em Venezuela.
Ao respeito, o também membro da rede de intelectuais em defesa da Humanidade apreciou um consenso entre os delegados da região em prol de a via pacífica para solucionar o conflito, e o respeito à autodeterminação do vizinho país.
Como artista, recordou o encontro que sustentaram recentemente em Havana, no contexto da XXVIII Feira Internacional do Livro, com uma presença importantísima de intelectuais de Latinoamérica.
Debateu-se muito sobre a conjuntura atual, o retrocesso da esquerda e o avanço da direita, impulsionada por Estados Unidos. Teve uma postura consensuada de apoio a Venezuela, de condenação ao bloqueio e congelamento de custa bancárias que sofre esse país, e a maneira em que se perseguiu ao governo legítimo de Nicolás Maduro, indicou.
Neste sentido, manifestou que Venezuela na voz dos intelectuais vem a ser o que foi a República espanhola nos albores da luta contra o fascismo.
Salvando as distâncias, é o primeiro frente que se apone à arremetida fascista contra a esquerda; uma agressão contra Venezuela é uma agressão contra os países da região, e isso o denunciaram os intelectuais, expressou.
Assim mesmo, considerou que os discursos agressivos do presidente estadounidense, Donald Trump, demonstram que não se trata de uma manifestação só contra um país, sina contra uma ideologia que vê a necessidade da luta pela justiça social.
Por isso, reflexionou que estão chamados a incrementar a batalha nas redes sociais, incorporar a gente jovem e utilizar esses meios para dar a conhecer suas ideias.
Há que trabalhar mais na preparação intelectual e o ativismo nos meios desde os movimentos sociais, e lutar bem mais pela integração, porque às vezes nos vemos em um momento em um evento, mas estamos desvinculados o resto do ano e devemos articular melhor as redes para contrarrestar o desprestigio que tentam levar adiante contra os principais líderes da região e potenciais candidatos presidenciais, disse.
Os intelectuais sempre têm funcionado como consciência crítica da sociedade, e agora mais que nunca, neste momento de agresividad contra os processos revolucionários, devemos pôr ao serviço das causas justas, e, sem deixar de fazer a obra pessoal, pôr ao serviço de uma obra maior, que é a da integração, insistiu.
REFERENDO CONSTITUCIONAL EM CUBA, EXEMPLO DE DEMOCRACIA
Como deputado ao Parlamento cubano, Morlote se referiu ademais ao referendo constitucional que se votou o passado fim de semana, e deixou importantes mudanças na Carta Magna de Cuba.
Eu fui a votar a Santa Clara, por onde sou deputado, e posso dizer que foi uma festa. Foi uma participação abrumadora, mais que em processos anteriores. Onde eu estive, às nove da manhã já tinha votado o 40 por cento dos cidadãos, mal duas horas após se abrir os colégios, assegurou.
Morlote recordou que se fez uma campanha internacional feroz contra o referendo, mas ao interior do país teve uma presença maioritária, como demonstram os resultados. Teve presença de todas as gerações, e uma consciência de votar por uma sociedade melhor para o futuro, e agora a tarefa é implementar corretamente todo o que se incluiu na constituição, que agora tem mais que ver com seu tempo, raciocinou.
Em sua opinião, o mais importante não foi a votação em si, senão o trabalho prévio, o ato democrático de escutar os critérios de milhões de pessoas contribuindo.
Não podemos falar de uma Constituição proposta pela Assembléia Nacional, por uma treintena de pessoas, sina por milhões de cidadãos, em um claro exemplo de democracia, assinalou.
Em sua condição também de vice-presidente da União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac), opinou que no tema cultural lhe parece muito avançado que se reconheça a absoluta liberdade do artista de se expressar e fazer sua obra.
O mesmo passa na ciência, a saúde, etc. Ao interior da Constituição está reconhecido o papel que têm todos os setores da sociedade na construção do país, concluiu.