La Paz (Prensa Latina) Bolívia recusou a hipótese chilena de que as águas do Silala fluem de maneiraNATURAL para o seu território e recordou que esse recurso hídrico foi desviado artificialmente há mais de 100 anos do país vizinho.
Em declarações publicadas hoje pelo diário La Razón, o secretário do Conselho de Defesa do Silala, René Martínez, chamou às autoridades e empresários do Chile a reconhecer a drenagem dos mananciais a partir do desnível geográfico da região.
Desta maneira Martínez respondeu ao chanceler chileno, Heraldo Muñoz, que disse que a ciência e a geografia estão em prol de seu país porque ‘o Silala segue um curso internacionalNATURAL’.
Esses mananciais nascem no departamento boliviano de Potosí e suas águas foram conduzidas ao território vizinho através de um sistema de aquedutos artificiais.
Diversos estudos estimam que pela fronteira passam 180 litros do vital líquido a cada segundo para o Chile, onde várias cidades e empresas mineiras se abastecem dele, sem retribuição alguma ao país de origem.
Em março passado, o presidente Evo Morales anunciou sua decisão de assumir a defesa desse recurso hídrico, no entanto, o governo de Santiago antecipou-se a apresentar uma demanda em Haia sob o argumento de que se trata de um rio de curso internacional.
‘Não há curso natural, não há rio internacional, o que há são nossos mananciais que estão alimentados por bofedais e que têm sido drenados, canalizados há mais de 100 anos’, insistiu Martínez.
Os dois países mantêm também um antigo diferendo marítimo desde que em 1879 uma invasão chilena privou a nação andino-amazônica de seu litoral.
O tema foi levado por La Paz ante a Corte Internacional de Justiça e em 2015 esse tribunal declarou-se competente para atender a reivindicação boliviana.