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sexta-feira, 26 julho, 2024

Bolívia propõe industrialização regional no Mercosul

La Paz (Prensa Latina) O presidente da Bolívia, Luis Arce, propôs nesta terça (04/07) na 62ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e Estados Associados avançar conjuntamente na industrialização regional.

“A Bolívia, junto com outros dois países do Mercosul ampliado, tem as maiores reservas de lítio do mundo, e junto com os países amazônicos temos grandes jazidas de terras raras”, afirmou o presidente no fórum realizado na cidade argentina de Iguazú , Província das Missões. Assegurou que, por isso, o Estado Plurinacional se propõe a trabalhar em conjunto para a industrialização de “nossos recursos estratégicos, para que os lucros de sua exploração e industrialização sejam redistribuídos em benefício de nossos povos e da transição energética”.

Arce insistiu que esses valiosos fundos não poderão seguir o destino de outros que foram “saqueados” em benefício de apenas alguns, enquanto a maioria dos sul-americanos foi deixada na miséria.

“Sem ingerências ou pressões extra-regionais de qualquer tipo -enfatizou o dignitário-, vamos trabalhar para que o Mercosul se torne uma verdadeira plataforma para o desenvolvimento de iniciativas regionais.”

Ele quis dizer que essa estrutura integracionista deveria promover a cadeia produtiva, a inovação e a industrialização dos recursos naturais com respeito à Mãe Terra.

Durante este ano, o Governo da Bolívia assinou dois acordos com empresas da China e da Rússia para a industrialização do lítio das salinas de Pastos Grandes e Uyuni, departamento de Potosí, com tecnologia de extração direta com um investimento de pelo menos dois mil 800 Milhão de dolares.

A delegação boliviana também sugeriu reduzir a dependência do dólar, diversificar as relações econômicas e fortalecer os laços comerciais e financeiros entre os países do Mercosul com o objetivo de estimular o investimento doméstico e promover a colaboração em matéria de política monetária.

“Nossa região é seriamente afetada pelas restrições e regulamentações impostas pelo sistema financeiro norte-americano, que limitam as opções de financiamento e as possibilidades de acesso aos mercados internacionais (…)”, disse Arce.

Ele argumentou em seu discurso que, por isso, é preciso reduzir a dependência do dólar americano e “diversificar nossas relações econômicas e comerciais”.

Insistiu que a diminuição da dependência do dólar, através de uma maior integração e cooperação regional, implica a alteração das condições de troca que até agora só favorecem o país do norte.

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