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sábado, 12 outubro, 2024

Bolívia: oposição planejou assassinar presidente Arce antes da posse, diz governo

ABI
Oposição contratou paramilitares para assassinar Arce, diz governo
Grupo criminoso, contratado por membros do governo autoproclamado de Jeanine Áñez, seria o mesmo responsável pelo assassinato do presidente do Haiti em julho

O ministro de governo da Bolívia, Eduardo del Castillo, afirmou nesta segunda-feira (18/10) que nomes ligados à presidente autoproclamada Jeanine Áñez negociaram com paramilitares um plano para matar o então presidente eleito Luis Arce em 2020. Escolhido pelas urnas há exatamente um ano, o objetivo do homicídio seria impedir a posse de Arce.

De acordo com Castillo, o plano foi elaborado por paramilitares colombianos que participaram do assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise, em julho deste ano. Entre eles, estaria German Alejandro Rivera García, ex-capitão do exército colombiano, detido em Porto Príncipe após assumir participação do assassinato de Moise.

Também teria viajado à Bolívia Antonio Intriago — opositor venezuelano dono da empresa de segurança privada que recrutou os paramilitares colombianos para o plano de magnicídio contra Arce e, mais tarde, contra Moise.

Segundo apontam as investigações, os paramilitares viajaram da Colômbia e dos Estados Unidos para a Bolívia poucos dias antes das eleições presidenciais e se hospedaram em um hotel a poucos metros da Praça Murillo, onde foi realizada a cerimônia de posse de Arce.

Antes, eles teriam se reunido com ex-funcionários do governo interino de Jeanine Áñez no estado de Santa Cruz de la Sierra, historicamente governado pela oposição de direita. Após o plano frustrado, os ex-ministros de Governo e de Defesa de Áñez fugiram do país passando pelo Brasil. Parte da informação foi confirmada publicamente com áudios, e-mails e fotografias divulgados pelo ministro de Governo boliviano.

“Aqui com provas fieis estamos demonstrando que existiu um plano para matar Luis Arce”, afirmou o ministro Eduardo Del Castillo.

Correligionários do presidente boliviano já haviam denunciado, em novembro de 2020, planos para matar Arce.

Após um ano do retorno do MAS-IPSP ao poder, as tensões com os protagonistas do golpe de Estado continuam. Na última semana, Luis Fernando Camacho convocou uma “greve cívica” contra o governo Arce, estimulando a violência dos Comitês Cívicos — organizações estaduais controladas pela direita — em todo o país.

A justificativa para a greve era rechaçar o Projeto de Lei nº 1.386, contra legitimação de ganhos ilícitos e o financiamento do terrorismo. Após os atos opositores, o governo retirou o PL.

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