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terça-feira, 17 setembro, 2024

Bolívia na locomotiva da industrialização

La Paz (Prensa Latina) A fábrica de processamento de batata que está sendo construída em El Alto atingiu 80% de sua construção e antes de 2024 entrará na fase de testes tecnológicos, garantiu fonte oficial boliviana.

Por Jorge Petinaud Martínez*

Em declarações à Prensa Latina, o gerente da Empresa de Apoio à Produção de Alimentos (Emapa), Franklin Flores, afirmou que o investimento avaliado em 162 milhões de bolivianos (23 milhões de dólares) receberá os equipamentos para a primeira linha de produção no final do ano. mês atual.

“Já temos um progresso físico importante de 80 por cento e o progresso financeiro é de 48,26 por cento; Pretendemos entregar a instalação para testes operacionais no final deste ano, conforme compromisso da construtora e dos fiscais”, disse.

Durante um passeio pela obra com construtores, dirigentes do Conselho de Bairro do Distrito 14 do município de El Alto e jornalistas, o gestor destacou o interesse do presidente, Luis Arce, neste projeto priorizado dentro da política de industrialização para substituir importações .

“Ele instruiu todas as entidades – sustentou –, neste caso a Emapa deu-nos instruções diretas, que esta obra não terá de forma alguma prorrogação de prazo”.

Indicou que os equipamentos cujas primeiras chegadas estão previstas para o final deste mês vão permitir à fábrica ter quatro linhas de produção: batata pré-frita congelada, puré, flocos e fécula.

Além disso, o complexo contará com quatro silos de armazenamento deste tubérculo com capacidade de 840 toneladas cada, e processará cerca de seis mil toneladas anuais, o que garante um mercado seguro para os produtores do departamento de La Paz.

O Presidente Arce, ao lançar a pedra fundamental do início deste trabalho no início do corrente ano, explicou que esta indústria irá gerar 224 empregos directos e cerca de 47.500 empregos indirectos entre produtores, transportadores, vendedores e trabalhadores de outros.

serviços, por isso considerou que o complexo terá uma

multiplicador para a economia de El Alto.

Flores insistiu que aqui será proporcionado valor agregado à matéria-prima sem o

os produtores têm que recorrer a um intermediário.

“Pagaremos a eles um bom preço e garantiremos preços justos ao consumidor boliviano, garantiremos um mercado interno e também planejamos exportar os excedentes”, afirmou.

Relativamente à qualidade da batata, sublinhou que não será mais necessário que os produtores armazenem este alimento no solo durante todo o inverno.

“Agora vamos armazená-lo nos silos e o tubérculo ficará mais fresco, com maior qualidade, e assim a sua distribuição beneficiará o mercado interno”, concluiu Flores.

RESGATE DE UREIA

O presidente da Yacimientos Petrolófilos Fiscales de Bolivia (YPFB), Armin Dorgathen, por sua vez, considerou importante que a Planta de Amônia e Uréia (PAU) localizada em Bulo Bulo, Cochabamba, opere em plena capacidade.

“Nossa Planta de Uréia passou por manutenção e já está produzindo uréia (…), agora estaremos em plena operação com a planta; Hoje já está produzindo”, disse ele em entrevista ao canal estatal Bolivia TV.

Dorgathen informou que 99% desse fertilizante consumido no país andino-amazônico é produzido nesta instalação, o que significa que sua importação foi quase totalmente substituída.

O dirigente corporativo especificou que 2022 foi o primeiro ano em que este indicador foi alcançado.

O presidente da YPFB destacou que, além de cobrir a demanda do mercado nacional, a UPA exporta o excedente para Brasil, Paraguai, Argentina, Equador, Peru e Chile.

Ele descreveu que os três primeiros já são clientes tradicionais, e os últimos solicitam esse fornecimento de vez em quando.

“Toda a parte do Mato Grosso, no Brasil – enfatizou Dorgathen – necessita de uréia e o mercado natural para a Bolívia é aquele mercado brasileiro, e para esse mercado o fornecedor natural tem sido a Bolívia”.

Acrescentou que por esta razão o Estado Plurinacional pretende construir um segundo andar.

Explicou que, após uma paragem para manutenção programada, as operações na UPA foram reiniciadas há poucos dias, coincidindo com o início do período de plantação, momento de maior procura com aumento do preço do produto.

Um relatório da YPFB entregue à Prensa Latina afirma que a uréia é o fertilizante nitrogenado mais procurado no mundo atualmente e seu uso na produção agrícola contribui para aumentar as taxas de rentabilidade das culturas.

A estatal boliviana informou em julho passado que faturou no primeiro semestre deste ano receitas superiores a 46 milhões de dólares correspondentes à comercialização de quase 124 toneladas de ureia granulada.

Fontes da YPFB sustentam que a UPA possui uma das melhores tecnologias da América Latina, condição que permite à Bolívia fornecer um produto competitivo e contribuir para a segurança alimentar da América Latina e do Caribe.

A UPA foi paralisada em 2020 pelo governo de facto de Jeanine Áñez (2019-2020).

Durante essa fase, a má gestão económica e a sua paralisia causaram

danos a equipamentos de última geração e levaram à perda de mercados para a exportação deste produto.

Com base nesta negligência, o Colégio de Engenheiros de Petróleo da Bolívia (CIPB) tornou-se testemunha no julgamento em curso contra o ex-ministro de Hidrocarbonetos do governo de facto Víctor Hugo Zamora.

PLANTA DE BIODIESEL

O presidente da YPFB afirmou que o complexo de Santa Cruz já está montado e poderá entrar em operação no final deste ano, enquanto a fábrica de El Alto estará concluída em meados de 2024.

“Com estas centrais vamos poupar 10 por cento na importação de combustíveis, o que é bastante e também vamos ter um combustível amigo do ambiente”, disse.

Dorgathen descreveu que estas fábricas ajudarão a reduzir as emissões de dióxido de carbono e a impulsionar a economia nacional, uma vez que promoverão fortes investimentos na agricultura, gerarão movimento através de logística e transporte desde o

extratores de óleo.

O responsável da YPFB lembrou que estas obras fazem parte da política de industrialização com substituição de importações, contexto em que já se tornaram realidade.

Ao iniciar a construção da II Usina de Biodiesel Héroes de Senkata, no dia 6 de março, o presidente da Bolívia, Luis Arce, considerou que esta etapa representa o início de um salto qualitativo.

“Hoje é um dia importante, hoje damos um salto qualitativo na cidade de El Alto porque hoje lançamos a pedra fundamental para construir a fábrica de biodiesel e derivados em Senkata, em homenagem a este povo lutador”, disse durante a cerimônia de premiação. coloque o

pedra fundamental para o início das obras, cuja construção levará um

ano.

*Correspondente-chefe da Prensa Latina na Bolívia

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