Bolívia: Governo golpista e a perseguição contra candidato do MAS

‘Denuncio que, uma vez mais, Rafael Quispe, Dir. do FONDIOC do #GobiernoDeFacto, ameaça de me acusar e prender, instrumentalizando a justiça para proscrever minha candidatura. Exijo garantias para o exercício de meus direitos políticos’, denunciou Arce em sua conta do Twitter.

O diretor do Fundo do Desenvolvimento Indígena (FDI), Rafael Quispe, ameaçou ontem durante uma entrevista ao canal de televisão Unitel que fará cumprir a lei e que procede a prisão do ex-ministro de Economia.

Quispe alegou que o candidato do MAS é autor e partícipe de um suposto desvio de 100 milhões de bolivianos (14.466.530 dólares) destinados a projetos na área rural.

Arce voltou ao país no dia 28 de janeiro, vindo da Argentina, para começar a campanha para as eleições gerais de 3 de maio, resultado do golpe de Estado contra Evo Morales em novembro passado, e foi notificado pelo Ministério Público para declarar pelo suposto delito, antes mesmo de passar pelos procedimentos migratórios.

Apoiado por uma multidão de simpatizantes ao MAS, no dia seguinte se apresentou perante a fiscal Heydi Gil, que negou a existência de intervenção política no processo, ainda que admitiu as ilegalidades, disse que foram reparadas e se comprometeu a garantir que o processo não seja politizado.

‘Sou um homem transparente, vim declarar porque não tenho nada que esconder, não sou nenhum corrupto, não sou nenhum ladrão. Minha equipe de advogados e a própria promotora notaram as falhas na notificação para minha pessoa. Isto é eminentemente político contra nossa candidatura do MAS’, declarou Arce naquele momento.

A audiência foi cancelada devido ao apelo da defesa pelas falhas na assinatura do promotor no documento de citação e por desconhecimento sobre detalhes do processo.