Luanda, (Prensa Latina) Apesar do estado de emergência, muitos cidadãos de Angola continuam hoje sem justificativa nas vias públicas, com pouca ou nenhuma proteção individual contra a ameaça do Covid-19, alertam as autoridades.
Membros das comissões nacionais e provinciais para prevenir e combater a pandemia vão aos meios de comunicação para alertar sobre o problema, enquanto a Polícia Nacional reforça as medidas coercitivas contra os agressores.
Sob o título ‘Covid-19 não é brincadeira’, o principal jornal do país, o Jornal de Angola, publicou nesta quinta-feira as declarações da governadora da província do Huambo, Joana Lina Cândido, que lamentavam a aglomeração do público em frente às instituições bancárias e nos mercados, bem como a não observância de outras diretrizes de saúde.
‘Covid-19 não é brincadeira. As pessoas devem estar cientes dessa seriedade ‘, disse o funcionário ao apresentar as linhas de contingência que adotam naquele território para fazer cumprir as ordenanças do Estado de Emergência nacional, prorrogado até 10 de maio.
‘O que o Estado pode fazer quando as pessoas, mesmo sabendo do perigo da doença, se reúnem, se abraçam e estão na rua sem necessidade?’, Disse Cândido, a fim de sublinhar a participação cidadã necessária na contenção da epidemia.
Em entrevista coletiva, com transmissões ao vivo de rádio e televisão, o porta-voz do Ministério do Interior, Waldemar José, ressaltou ontem à noite a importância da disciplina social, levando em consideração a triste experiência de outros países, onde se registra o contágio do novo coronavírus milhares de infectados e mortos.
Como ele lembrou, o que aconteceu em outras partes do mundo confirma que até sistemas de saúde pública robustos entram em colapso diante da transmissão comunitária de viroses; Angola também não escaparia de tal contingência, se a contaminação for desencadeada aqui, destacou.
A Polícia Nacional, informou ele, aplicará medidas mais duras contra os cidadãos que violarem medidas preventivas; isso pode incluir sanções nos tribunais por meio de julgamentos sumários.
‘Para garantir o bem-estar de todos, enfatizou, seremos mais rigorosos e aplicaremos as medidas necessárias contra cidadãos que insistem em circular desnecessariamente’.
Segundo relatos da imprensa, autoridades tradicionais de várias aldeias angolanas cooperam na conscientização, usando os diferentes idiomas nacionais.
Até o momento, Angola acumulou 27 casos positivos, incluindo dois óbitos, sete pacientes recuperados e 18 em hospitalização, mas apenas um devido à transmissão local do Covid-19, os demais classificados como infecções importadas do ponto de vista epidemiológico.