A referida mídia teve acesso a um áudio que demonstra a “mudança de critério” do atual titular do Tribunal de Justiça Nacional, Ivan Saquicela, que quando era juiz considerou o ex-presidente inocente no chamado caso de Suborno, mas mais tarde o declarou culpado.
“Tanto a existência da infração como a suposta responsabilidade são muito diferentes da acusação inicial, que já não existe, e por isso deveria ter pedido para justificar os seus elementos e não o faz”, disse Saquicela quando ainda era magistrado do tribunal de mais alta instância, indicado na página 12.
A contestação apontava para a atuação da juíza Daniela Camacho e da procuradora Diana Salazar no caso que culminou com a pena de oito anos de prisão do antigo governante e também de alguns responsáveis da sua administração e empresários acusados de suborno.
Em 2019, a Procuradoria-Geral do Equador abriu uma investigação formal sobre supostos atos de corrupção e chamou-a de caso de suborno 2012-2016.
O processo foi marcado por irregularidades e a audiência foi marcada em tempo recorde porque os adversários políticos de Correa precisavam condená-lo antes que terminassem os prazos para sua desqualificação eleitoral em 2021, lembra o artigo da publicação argentina.
Por fim, na ausência de provas de culpa, o ex-presidente foi condenado sob a figura de “influência psíquica”, ou seja, por uma suposta irradiação de sua vontade de levar outros a cometer crimes.
A gravação de Saquicela ocorreu dois dias após a audiência, em 19 de junho de 2019, e a decisão contra Correa é datada de abril de 2020.
Juristas de vários países ratificaram a natureza política do caso Bribery, um processo judicial lançado contra o ex-chefe do Executivo equatoriano e outros líderes da Revolução Cidadã.
Até agora, há silêncio na mídia no Equador sobre o assunto e somente nas redes sociais aliadas ao presidente é que compartilham as evidências mais recentes da Página 12.