Porto Príncipe, 24 set (Prensa Latina) As perspectivas econômicas do Haiti permanecem hoje sombrias, pois são marcadas pela violência de gangues, diminuição das importações, empréstimos não pagos e inflação.
Grupos criminosos vandalizaram, saquearam ou queimaram 59 agências bancárias, deixando estas instituições inoperantes.
A retoma das atividades econômicas não é acompanhada de uma reativação da produção, essencial para escapar à armadilha do crescimento negativo, explicou o governador do Banco Central do Haiti, Ronald Gabriel.
Todo o caos que vive a nação caribenha teve um grande impacto nas empresas e nos indivíduos e, apesar das 117 moratórias concedidas pelo banco até à data, muitos empréstimos continuam por pagar.
Segundo números avançados por Gabriel, 447 empréstimos estão atualmente em dificuldade no sistema bancário, representando quase 924.242 dólares, 68 por cento dos quais referentes ao setor comercial.
“Quanto às empresas que operam no sistema, 307 estão com problemas de pagamento, e 174 estão em situação de avaria, embora não tenham sido vandalizadas nem encerradas”, apontou Gabriel, citado pelo jornal Le Nouvelliste.
As instituições de microfinanciamento não escapam a esta situação, de facto, cerca de 17.000 microcréditos estão em dificuldade; Além disso, 969 pequenas e médias empresas também estão disfuncionais em diversas categorias.
A moratória continua a desempenhar um papel importante, tendo até à data já sido concedidas 117, das quais 80 por cento são para o sistema bancário e o restante para outras instituições financeiras.
Gabriel admitiu que isso não resolverá os problemas, mas será um alívio temporário, à espera de melhores condições no país antilhano.
A inflação está a aumentar, a procura diminuiu, enquanto o encerramento de portos e aeroportos causou uma diminuição de 10% nas importações.
Gabriel destacou que graças a uma melhor oferta no mercado de câmbio, foram mobilizados três mil e 300 milhões de dólares até o final de agosto.