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quarta-feira, 18 setembro, 2024

As falhas do Panamá na abordagem da migração irregular

Cidade do Panamá, 12 set (Prensa Latina) Associações de ajuda humanitária alertaram hoje sobre as falhas do governo panamiano na gestão dos fluxos migratórios que atravessam a selva de Darien em direção aos Estados Unidos.

Segundo relatórios da Comissão Justiça e Paz, entidade católica que defende os direitos humanos e presta apoio na selva, fronteira com a Colômbia, embora tenha sido observada uma diminuição no número de viajantes irregulares, isso pode ser devido ao sub-registro e à passagem por pontos cegos. não reconhecido pelas autoridades.

Por sua vez, o missionário Abraham Ramos, membro da Red Clamor Panamá, explicou à imprensa que o que foi estabelecido pelo governo para cercar as trilhas conhecidas no Darién funcionou na época, mas atualmente há migrações massivas que chegam por entradas mais arriscadas. ao não ter feito estradas.

Por conta disso, os migrantes têm muito mais contato com a selva e seus riscos e entram com doenças como a dengue, mas nem todos são tratados como deveriam nos abrigos oficiais.

Acrescentou que parte importante do pouco atendimento médico prestado aos que chegam se deve à falta de recursos nos abrigos, já que cada pessoa que apresenta um problema de saúde é uma despesa.

Os ativistas indicaram ao jornal La Estrella de Panamá que fatores como o número de pessoas que chegam ou o atraso na saída dos autocarros que transportam imigrantes indocumentados para Chiriquí, na fronteira com a Costa Rica, afetam a forma como o serviço é prestado. os abrigos e impactam diretamente na quantidade de recursos que os abrigos possuem.

Questionaram também a destituição dos locais de acolhimento que a população indígena mantinha na província, como os da região de Emberá Wounaan, que ajudaram a diminuir este tipo de situação, mas agora sentem que são discriminados.

Por outro lado, expressaram dúvidas sobre a voluntariedade das deportações em massa, com base no memorando assinado entre o Panamá e os Estados Unidos, em 1º de julho, sobre operações aéreas para devolver migrantes aos seus países de origem.

Ramos indicou que as autoridades procuram dois tipos de perfis para estes voos. Os primeiros são os migrantes irregulares que possuem antecedentes criminais, o perfil mais divulgado; e os menos difundidos, pessoas que trabalham nas ruas para pagar a viagem.

Desde 20 de agosto, o Panamá realiza voos de repatriação de migrantes de diferentes nacionalidades. Até agora, mais de 200 migrantes da Colômbia, Equador e Índia foram devolvidos ao seu país.

Segundo estatísticas do Serviço Nacional de Imigração, no passado mês de Agosto 16.603 migrantes irregulares passaram pela selva de Darién, menos 3.916 que no mês de Julho e menos 14.446 que em Junho.

Em 2023, 520 mil pessoas utilizaram está rota terrestre, 20% delas menores.

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