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sexta-feira, 29 março, 2024

Argentina ultrapassa 1 milhão de casos de covid-19

Atualmente, região de Buenos Aires concentra cerca de 27% das infecções

DW Brasil – Apesar de ter uma das quarentenas mais longas do mundo, país é o quinto com mais infecções pelo coronavírus confirmadas. Após concentrar-se em Buenos Aires e arredores, epidemia avançou para o interior.

A Argentina ultrapassou nesta segunda-feira (19/10) a marca de 1 milhão de infecções oficiais pelo novo coronavírus, anunciou o Ministério da Saúde, em Buenos Aires. O número é especialmente alarmante se levado em conta que o país vive uma das quarentenas mais longas do mundo e tem cerca de 44 milhões de habitantes, muito menos que Estados Unidos, Rússia, Índia e Brasil, outras nações que ultrapassaram a marca.

No total, a Argentina registra 1.002.662 casos de coronavírus e 26.716 mortes e, agora, é o quinto país do mundo com maior número de infecções. No entanto, segundo estimativa de especialistas baseadas em estudos, o número real de casos deve ser ainda maior, chegando a 6 milhões.

A Argentina vive uma das mais longas quarentenas do mundo, apelidada de “quareterna”. Em março, o governo impôs estritas restrições, o que conseguiu conter a disseminação do vírus no começo da pandemia, enquanto outros países sul-americanos viam os casos dispararem. No entanto, após meses de confinamento, o cumprimento das regras pela população diminuiu significativamente, e o número de novas infecções saltou para até 14 mil por dia.

Durante os primeiros meses, com as rígidas regras, os casos na Argentina se concentraram, na grande maioria, em Buenos Aires e arredores, área mais densamente povoada do país.

A partir de junho, porém, quando muitas províncias passaram a abrandar as regras de isolamento social, o vírus se espalhou pelo interior do país. Em junho, a capital argentina e a região metropolitana concentravam mais de 90% dos casos, hoje, esse percentual é de 27,5%.

A capital argentina atingiu o “pico” de contágios em agosto e, desde então, a curva vem diminuindo lentamente, com apenas 557 positivos nesta segunda-feira.

“A curva está em um declínio lento, mas sistemático, da última semana de agosto até os dias atuais”, disse o ministro da Saúde de Buenos Aires, Fernán Quirós, na segunda-feira.

Alta taxa de mortalidade

De acordo com o portal de estatísticas Our World in Data, vinculado à Universidade de Oxford, a Argentina é o país do mundo com mais mortes por milhão de habitantes nos últimos sete dias, com cerca de 8, ficando bem à frente de República Tcheca (4,76), Israel (4,11), Colômbia (3,21), Irã (3,11), México (2,68) e Espanha (2,58).

Outro dado alarmante é a taxa de testes com resultado positivos. Dos 2.626.406 exames para detectar a covid-19 realizados desde o começo da pandemia, 44% tiveram resultado positivo, segundo o Ministério da Saúde. Esse índice chegou a 76% no domingo (13.890 exames realizados e 10.561 resultados positivos). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o limite seja de 10% de testes positivos.

Crise econômica agravada

A pandemia e a longa quarentena agravam ainda mais a crise econômica vivida na Argentina desde 2018. A economia despencou 19,1% entre abril e junho deste ano, superando a queda sofrida no primeiro trimestre de 2001 (16,3%). O desemprego subiu para 13,1% no mesmo período e a taxa de pobreza ultrapassou 40% nos primeiros seis meses de 2020, cinco pontos a mais que no início deste ano.

Todo esse panorama levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a piorar ainda mais a projeção da Argentina para 2020: segundo o organismo multilateral, a economia argentina soferá uma contração de 11,8% neste ano, em vez dos 9,9% previstos em junho.

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