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sábado, 12 outubro, 2024

Arce: Relações com os EUA “vão ficar assim”, não há progresso

O presidente da Bolívia, Luis Arce, fala em um programa.

HispanTV- O presidente boliviano, Luis Arce, descarta uma melhora no relacionamento com os EUA devido ao apoio de Washington ao golpe de 2019 no país andino.

“Com os EUA continuamos sem embaixadores. Os Estados Unidos são um país com o qual podemos conversar sobre comércio e outros assuntos, mas definitivamente não temos embaixadores e acho que as relações, como estão, vão se manter assim”, declarou Arce, de Nova York, onde é pela sua participação na 77ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU).

Em suas declarações à rede russa RT, Arce indicou que a falta de embaixadores recíprocos entre Bolívia e Estados Unidos está enraizada no apoio de Washington ao golpe contra o presidente Evo Morales. “Não acreditamos que haverá maior avanço em nossas relações devido a esse histórico e outros históricos que temos”, especificou.

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Em novembro de 2019, o presidente Morales foi forçado a renunciar em meio a uma convulsão social causada pela direita com o apoio dos militares e policiais do país. Um governo de fato foi imediatamente instalado, liderado por Jeanine Áñez. Depois de um ano no cargo em meio à repressão e protestos, eleições foram realizadas e Arce foi eleito. Atualmente, o governante está na prisão.

No caso das relações com a União Europeia (UE), o chefe de Estado boliviano destacou que ambas as partes estão executando programas de cooperação, embora tenha destacado que os bolivianos continuam “ressentidos” pelo que aconteceu em 2019 quando Morales foi forçado a renunciar para evitar a comoção social, causada pela direita.

Morales: EEUU es el único paria que provoca golpes y guerras | HISPANTVMorales: Os EUA são o único pária que provoca golpes e guerras | HISPANTV

Após advertências do governo Biden à Rússia contra o uso de armas nucleares, Evo Morales lembra que os EUA são o único que usou tais armas contra civis.

“(No) caso da Europa temos boas relações individualmente, há muitos países com os quais estamos até realizando programas de cooperação, mas em geral é evidente que é o sentimento do povo boliviano, ainda é, é, ressentido com o que aconteceu e com a participação da União Europeia durante o golpe de 2019”, sustentou Arce.

A Bolívia rompeu relações com os Estados Unidos em 2008, quando o então presidente Evo Morales solicitou a saída do embaixador norte-americano Philip Goldberg de La Paz, porque o diplomata teria instigado protestos contra seu governo. Ambos os países permanecem politicamente distantes, apesar de economicamente o país norte-americano ser um dos principais destinos das exportações bolivianas.

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