Caracas, 07 Abr. AVN
Carlos Ponce, diretor para a América Latina e o Caribe da Freedom House, admitiu que a ruptura da ordem institucional na Venezuela é o principal objetivo daqueles agentes que pedem uma intervenção do governo dos Estados Unidos e países aliados na nação sul-americana.
Uma das manobras é pretender processar de forma ilegítima o presidente da República, Nicolás Maduro, ministros e colaboradores mais próximos com a intenção de agudizar o panorama criado após a aplicação de sanções que afetam a população venezuelana.
Estes planos foram revelados pelo primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), Diosdado Cabello, que no seu programa “Con el mazo dando” apresentou uma entrevista realizada em Miami com o integrante da Freedom House, uma organização que recebe 80% de seu orçamento do Departamento de Estado dos EUA.
“Tem gente que quer levar casos contra gente abaixo de Nicolás Maduro, nós acreditamos que temos que processar Nicolás Maduro e quem está abaixo de Nicolás Maduro. Estamos tentando em vários estados convencer algum promotor que possa levar isso adiante”, disse Ponce em suas declarações.
Também confessou que a Freedom House promove o bloqueio econômico, comercial e financeiro contra a Venezuela, situação que tem afetado a compra de alimentos e medicamentos para a população
“Eu estive quatro, cinco anos, e muita gente, brigando pelas sanções quando era a administração de (de Barack) Obama. Era quase impossível, mas conseguimos no final desta administração”, contou, referindo-se à ordem executiva firmada em 2015 que declarou a Venezuela como uma “ameaça extraordinária e inusual para a segurança nacional e política exterior estadunidense”, ampliada por um ano mais em 2016 e ratificada pelo atual presidente, Donald Trump, em 2017 e 2018.
“Eu acredito que as sanções já cumpriram um objetivo, temos que seguir. Eu sou fiel (à ideia) de que temos que processar Nicolás Maduro, temos que metê-lo preso. Temos que seguir pressionando para que haja uma ruptura na Venezuela interna e depois a comunidade internacional tem que ajudar” para que o país tenha “segurança, matéria alimentar”, disse Ponce.
Essa mesma estratégia pôde ser vista na ilegítima sessão realizada nesta semana pelo autodenominado “TSJ no exílio” —composto por advogados acusados por usurpação de funções— na sede do Congresso da Colômbia, onde a ex-procuradora e fugitiva da justiça venezuelana, Luisa Ortega Díaz, pediu a captura do presidente Maduro pela Interpol, baseada em denúncias sem provas sobre contratos irregulares com a construtora brasileira Odebrecht.