Nações Unidas, 14 set (Prensa Latina) Cuba denunciou hoje aqui que apesar da aproximação bilateral, os Estados Unidos mantém a plena aplicação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto à ilha por mais de meio século.
‘Ao contrário do que poderia se pensar, depois do dia 17 de dezembro de 2014 numerosos danos causados a entidades e a terceiros pelo bloqueio demonstram que esta política contra Cuba não apenas continua vigente, como tem sido intensificada’, precisou em uma nota de imprensa a Missão Permanente do país caribenho ante a ONU.
Os dois países anunciaram no final de 2014 uma aproximação que os levou a restabelecer suas relações diplomáticas, reabrir as embaixadas nas respectivas capitais e conseguir acordos em setores de interesse mútuo, face a uma normalização de vínculos que a maior das Antilhas considera interrompida pela vigência do cerco.
A sede diplomática divulgou no texto casos dos meses passados que ilustram a plena aplicação do bloqueio, rechaçado pela comunidade internacional de maneira categórica desde 1992 no seio da Assembleia Geral das Nações Unidas, mediante uma resolução que no ano passado apoiaram 191 dos 193 Estados membros da organização.
Segundo a missão cubana, a perseguição derivada da medida unilateral de Washington afetou com fortes multas o banco francês Crédit Agricole e a companhia CGG Services SA, do mesmo país europeu.
E ainda, pressionou entidades bancárias da Grã-Bretanha (British Standard Chartered Bank), Canadá (Royal Bank of Canada) e Espanha (Banco Santander) a impedirem operações relacionadas à ilha.
Cuba reconheceu que entre abril de 2015 e abril de 2016 as relações bilaterais experimentaram ‘alguns progressos’, em um cenário propiciado pelos anúncios de 17 de dezembro de 2014, quando os presidentes Raúl Castro e Barack Obama informaram a decisão de avançar para a normalização dos vínculos.
Na semana passada, o chanceler da ilha caribenha, Bruno Rodríguez, apresentou em Havana o relatório de seu país sobre a resolução 70/5 da Assembleia Geral da ONU, documento intitulado ‘Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba’.
No final de outubro, a Assembleia voltará a pronunciar-se sobre o cerco norte-americano, em uma votação na qual se espera outra clara condenação ao mesmo, como ocorre há 24 anos.