Papa pede aos EUA que suspendam qualquer incursão militar na Venezuela

Em declarações à imprensa a bordo do avião papal que o levava do Líbano para o Vaticano na terça-feira, o líder da Igreja Católica pediu aos Estados Unidos que “parem com a escalada” da guerra no Caribe e, em vez de criarem mais problemas, os resolvam com outras medidas.

O pontífice afirmou que o uso da força não resolverá os problemas com a Venezuela e pediu a Washington que encontre outras maneiras de solucionar a situação política, caso deseje “alcançar mudanças”.

“ É sempre melhor buscar formas de diálogo ”, enfatizou o papa americano, observando que outras formas poderiam ser “talvez a pressão, inclusive a pressão econômica”, embora tenha insistido em medidas não militares para lidar com a crise venezuelana.

O chefe do Vaticano alertou que “ esse perigo existe, há a possibilidade de haver alguma atividade, alguma operação, inclusive uma invasão do território da Venezuela ”, e, referindo-se à ligação telefônica entre Trump e seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, o Papa Leão XIII destacou a necessidade de observar o que acontece, visto que “as vozes vindas dos EUA mudam, às vezes com bastante frequência”.

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Maduro: Venezuela sofreu 22 semanas de terrorismo psicológico | HISPANTV

Maduro enfatiza que “vivemos 22 semanas de terrorismo psicológico”, ressaltando que as ameaças dos EUA não conseguiram desestabilizar a Venezuela.

Desde agosto passado, os Estados Unidos têm enviado navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de combater o narcotráfico. Desde setembro, realizaram diversos bombardeios contra o que chamam de narcobarcos no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.

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Caracas considera essas manobras uma agressão armada destinada a impor uma mudança de regime e denuncia que o verdadeiro objetivo é se apoderar dos recursos estratégicos do país, como petróleo , gás e ouro.

Trump confirmou no domingo que conversou por telefone com Maduro , mas se recusou a dar detalhes. Esse contato pode representar um primeiro passo para a retomada do diálogo e a abertura de um canal diplomático.

Recentemente, Maduro expressou sua abertura para uma conversa franca com Trump, mas se recusou a ceder às exigências dos EUA que ameaçam a soberania, a autodeterminação e a independência de seu país.