Paris, 26 nov (Prensa Latina) A Assembleia Nacional Francesa rejeitou nesta terça (26) categoricamente o acordo de livre comércio União Europeia (UE)-Mercosul numa votação não vinculativa, num contexto de protestos dos agricultores contra essa iniciativa.
Após um debate com duras críticas ao pacto entre o bloco de 27 estados membros e o mercado formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, 470 deputados denunciaram o acordo e apenas 70 o apoiaram, num consenso inusitado de forças políticas distanciados em um ambiente de polarização.
A decisão da Assembleia Nacional reforça a posição do presidente Emmanuel Macron, que ratificou a sua oposição à iniciativa de livre comércio, sob grande pressão dos agricultores, que já colocam o governo em xeque há quase um ano e acusam o tratado com o Mercosul de afetar o seu lucros com concorrência desleal.
No entanto, parece improvável que Paris consiga travar um acordo que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estimou já na sua fase final.
Ao intervir no debate na Câmara, a ministra da Agricultura, Annie Genevard, reconheceu que o risco de adoção do acordo de livre comércio UE-Mercosul é real.
Os protestos liderados pela principal organização do sindicato, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Agricultores de França (Fnsea), acompanhados pelos Jovens Agricultores, começaram na madrugada desta terça-feira.
Na semana passada renasceu um movimento que até janeiro passado colocava em xeque o governo, com reivindicações também por maiores receitas e pela erradicação de regras e procedimentos burocráticos.