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quinta-feira, 26 dezembro, 2024

Esquerda liberal latino-americana e tupiniquim torce contra Maduro para agradar Washington

 

 

 Foto Correio Orinoco

César Fonseca 

A esquerda liberal brasileira e latino-americana que grassa nas redes sociais com ares de progressista comunga com o noticiário da Globonews que não quer saber nem entender a profundidade da revolução nacionalista-socialista bolivariana chavista herdada por Nicolas Maduro, amplamente, cotada para vencer democraticamente mais uma eleição presidencial na Venezuela.

Ela tem horror da união cívico-militar que o ex-presidente militar Hugo Chaves há 25 anos montou para criar o Partido Socialista Unificado Venezuelano (PUSV) e que acabou por cimentar uma consciência social e política nacionalista-socialista que segue firme com Maduro.

O antagonismo que a esquerda liberal brasileira e latino-americana alimenta contra o chavismo é porque ela renunciou ao socialismo e se mantém crente no liberalismo americano que entra em colapso existencial sob neoliberalismo unilateralista.

Os militares nacionalistas avalistas do governo venezuelano sob comando de Nicolas Maduro se transformaram na garantia da democracia bolivariana que a direita e ultradireita na Venezuela e na América Latina, subordinada a Washington, abomina.

A irritação dos liberais americanos e seus aliados no continente latino-americano, que não se conformam com o pensamento socialista chavista, encorpado na ação política do PSUV, liderado por Maduro, é a mesma que os move contra o nacionalista Putin, vencedor da guerra por procuração desencadeada pelos neocons americanos, favorável à invasão da Rússia pela OTAN etc.

DESUNIÃO CÍVICO-MILITAR ANTI LULISTA

Os liberais de esquerda querem, mesmo, é a continuidade permanente da desunião cívico-militar que deixa Lula nas mãos de Washington, agora, sob comando de Kamala Harris, candidata deles contra Donald Trump, na vã esperança de que os democratas são substancialmente diferentes do fascista do Partido Republicano.

Prova contrária desse engano liberal tupiniquim-latino americano foi o fato escandaloso de Democratas e Republicanos, ambos adversários da Venezuela sob a aliança cívico-militar comandada por Maduro, mostrarem-se idênticos no aplauso ao genocida Netanyahu em discurso fascista no Congresso americano, ontem, enquanto, do lado de fora, milhares de judeus antissionistas protestavam contra a farsa da democracia banhada de sangue palestino.

É incrível a alienação dos liberais de esquerda que em nada diferencia da direita que apoia Tarcísio de Freitas em São Paulo a serviço do capital externo na tarefa de sucatear patrimônio nacional, repetindo exemplo de Fernando Henrique Cardoso ao entregar de bandeja a Cia Vale do Rio Doce, na entreguista era tucana.

São os mesmos que se deslocaram a Caracas, com Aécio Neves à frente, para  apoiarem Guaidó, avalizado por Washington e Wall Street, interessados em sucatear petróleo venezuelano, assim como sucatearam petróleo brasileiro, com o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff.

FAZENDO JOGO DE WASHINGTON?

Infelizmente, o presidente Lula, para satisfação de Washington e da Rede Globo, porta-voz ianque dos interesses antinacionais, adota uma postura de pai bravo contra Maduro para puxar-lhe orelha e alertá-lo a praticar democracia, quando a Venezuela a pratica com muito mais intensidade do que no Brasil há 25 anos, durante os quais 31 eleições foram disputadas sob os olhares do mundo inteiro.

O próprio Lula, diante da inflação de eleição no país de Hugo Chaves, destacou que existe democracia de mais e não de menos na pátria venezuelana.

Por que insiste em cair na casca de banana sempre armada pela direita tupiniquim na tarefa de posicionar-se como presunçoso professor de democracia – que realmente é dada sua história concreta de democrata –, tentando ensinar padre nosso ao vigário?

A vantagem politicamente conjuntural e estrutural inigualável de Maduro frente a Lula, no que diz respeito à soberania nacional, é que na Venezuela os militares estão alinhados na defesa do petróleo venezuelano, conferindo com o povo aliança cívico-militar, enquanto no Brasil os militares se negam a essa aliança em defesa do petróleo brasileiro, por serem aliados dos Estados Unidos.

Ou seja, a soberania nacional brasileira está ameaçada justamente pela inexistência da aliança cívico-militar em torno dele.

CAINDO NA REAL

Os líderes sindicais petroleiros, depois de uma fase em que se equivocaram em achar que a Petrobrás estaria segura nas mãos de falsos dirigentes nacionalistas, como Jean Paul Prates, ex-advogado  de multinacionais do petróleo, caíram na real; agora, lançam dúvidas quanto às políticas que estão sendo traçadas dentro da empresa, sem transparências suficientes quanto aos objetivos imperialistas que se rondam dentro dela por meio do seu conselho diretor composto por representantes de multinacionais.

Se houvesse aliança cívico-militar em torno da Petrobrás, a sensação de soberania nacional estaria muito mais assentada do que ocorre quando os militares antinacionalistas tupiniquins silenciam e se armam para proteger seus pares que se alinharam a Bolsonaro para dar golpe na democracia brasileira.

O fato concreto, portanto, é que o sistema político nacionalista venezuelano, avalizado por militares, aliados ao pensamento progressista bolivariano-chavista, ao qual se filia Maduro e o Partido Socialista Venezuelano Unificado (PSVU), é, organicamente, rejeitado por Washington(republicanos e democratas), a quem a esquerda liberal se rende em nome da democracia americana como guardiã do ocidente neoliberal unitarista em franco declínio global.

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