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quinta-feira, 26 dezembro, 2024

Equador: “a revolução tem que ser feminina”

Quito (Prensa Latina) “Estou convencida de que esta revolução tem que ser feminina, porque não há revolução sem revolução de gênero, porque patriarcado é o mesmo que capitalismo”.

Por Santiago Masetti/Colaborador da Imprensa Latina

Com estas palavras e num evento realizado no passado fim de semana em Quito, Paola Pabón Caranqui oficializou a sua pré-candidatura à presidência do Equador pela Revolução Cidadã (RC), tendo em vista as eleições marcadas para o próximo ano.

A prefeita de Pichincha foi contundente e sua afirmação é de grande significado, pois está em sintonia com um verdadeiro paradigma da época. Aquela que nos diz claramente que o movimento das mulheres em toda a sua diversidade se tornou algo como o sujeito histórico das transformações económicas, sociais e políticas pelas quais clamam milhões de pessoas na América e nas Caraíbas e em todo o mundo.

Nesse sentido, a voz de Paola Pabón Caranqui é inapelável: “Para aquelas mães que param de usar maconha todos os dias, para aquelas avós que ficaram para cuidar dos netos, é por isso que esta revolução é feminista e continuará a ser feminista.”

Paola Pabón Caranqui é uma figura política equatoriana proeminente, reconhecida por sua militância ativa na Revolução Cidadã (RC). Desde o início manteve um firme compromisso com o seu povo, o progressismo e a defesa dos direitos sociais, o que lhe permitiu ocupar diversos cargos públicos: deputado e secretário de Estado durante o governo de Rafael Correa (2007-2017), entre outros.

Em outubro de 2019, no contexto dos protestos contra as medidas neoliberais do governo de Lenín Moreno, Pabón foi presa e libertada apenas 71 anos depois, graças à anistia concedida pela Assembleia Nacional.

Na função de prefeita de Pichincha, Pabón conseguiu ser a primeira mulher reeleita no cargo, destacando-se pela capacidade de liderança e gestão.

A sua reeleição reflete a confiança que os cidadãos da província mais importante do Equador têm na sua capacidade de gerar políticas públicas com enfoque social e de género.

Em junho de 2023, Pabón foi eleita presidente do Consórcio de Governos Provinciais do Equador, cargo que ocupará até junho de 2025.

Esta nomeação, apoiada pelos outros governadores do país, sublinha a sua influência e liderança a nível nacional. Além disso, estende-se ao nível regional, onde conta com o apoio de setores progressistas em toda a América Latina.

A nível internacional, Pabón ocupa a Vice-Presidência Mundial das Cidades Unidas e Governos Locais (UCLG) e é membro do Grupo Consultivo sobre Governos Locais e Regionais, nomeado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Estas funções permitiram-lhe participar ativamente na formulação de políticas globais e na defesa dos governos locais e regionais.

Sua candidatura à presidência do Equador se apresenta como uma opção coerente com os princípios e ideais da RC, com a promessa de liderar um Estado que governe em benefício de todos os equatorianos, em resposta às demandas de uma nação que exige políticas sérias para saia da situação sufocante em que você se encontra.

Dentro do RC, os outros pré-candidatos que aparecem em cena são Luisa González, que foi candidata nas últimas eleições contra Daniel Noboa (vencedor) e o jornalista Carlos Rabascall, que segundo analistas não agradaria ao ex-presidente Rafael Correa.

De acordo com o calendário eleitoral equatoriano, após as eleições internas que serão realizadas no dia 10 de agosto, ocorrerão as eleições gerais, marcadas para 9 de fevereiro do próximo ano.

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