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quarta-feira, 17 abril, 2024

18 anos sem retroceder

Helio Doyle*
Há momentos em que, olhando para trás, vemos que estávamos no lugar certo, na hora certa. É assim que me sinto ao lembrar que estava junto de Valter Xéu no momento em que começou a surgir o Pátria Latina, no longínquo ano de 2001, em Havana. Foi ali que, inspirado pelo comandante Fidel Castro, que Xéu — que eu não conhecia até poucos dias antes —começou a pensar na criação de um jornal que refletisse a realidade latino-americana e caribenha de nós escondida pela chamada grande imprensa. É uma honra ter participado disso.
Pátria Latina cresceu, como tantos outros deixou de ser impresso para se render à internet e é hoje um veículo consolidado e essencial. Tem quatro qualidades que são suas marcas registradas: seu jornalismo é crítico, sua independência é inquestionável, está profundamente ligado à sociedade civil e defende as justas causas dos povos latino-americanos e caribenhos, que de resto são as causas dos povos oprimidos de todo o mundo.
Quando surgiu Pátria Latina, o propósito era ter um meio alternativo de comunicação, que driblasse o bloqueio informativo promovido pelos Estados Unidos e seus acólitos em nosso continente. Desde 2002, quando foi lançada a primeira edição, diversos outros veículos alternativos surgiram, a internet possibilitou maior acesso a eles e hoje, embora ainda muito longe do que desejamos, já podemos dizer que o bloqueio foi rompido por nossa arma: a palavra.
Xéu e os colaboradores de Pátria Latina ainda têm muito a fazer, especialmente no momento em que o neofascismo, alimentado pelas políticas intervencionistas estadunidenses, cresce na América Latina, promovendo golpes parlamentares, judiciais e militares para impor suas políticas antinacionais e antipovo. É importante, sempre, informar e combater a desinformação e travar a batalha de ideias.
Vamos, pois, em frente.
*Hélio Doyle é sociólogo, escritor e professor de jornalismo na UNB

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