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sábado, 14 setembro, 2024

08/01: Ausência de Lira desonra Câmara e desmoraliza parlamentarismo neoliberal

Foto Agência Brasil

César Fonseca 

A Câmara, que possui maioria esmagadora de direita e ultradireita fascista, aliada fiel do bolsonarismo, foi a grande ausente no repúdio político parlamentar ao golpe contra democracia, a começar pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira(PPS-AL), que fugiu do evento com desculpa esfarrapada.

A ausência de Lira, como líder dessa maioria bolsonarista, que abraçou o parlamentarismo neoliberal, para tentar barrar a governabilidade presidencialista lulista, representou, praticamente, aval ao atentado à democracia no dia 8 de janeiro de 2023.

A solenidade de repúdio ao crime democrático, à qual compareceram todos os representantes dos poderes republicanos constituídos, salvo o presidente da Câmara dos Deputados, evidencia o compromisso de Lira, o seu repúdio ao repúdio ao crime, como se golpista criminoso fosse.

Tal posicionamento do líder dos representantes da Casa que representa o povo constitui compostura, politicamente antiética, cujos efeitos é a condenação de sua legitimidade no cargo como terceira autoridade na escala do poder republicano.

A desculpa de Lira decorre de acidente que ocorreu com seu iate na paradisíaca Barra de São Miguel, em Alagoas, onde descansava com a família, no recesso parlamentar, quando, então, teria se acidentado familiar do parlamentar, ou não, pois não houve informações detalhadas ao público.

Felizmente, não ocorreu fatalidades trágicas e o suposto acidentado se encontra devidamente sob cuidados médicos, em segurança, sem perigo de morte.

 BOICOTE A LULA?

Essa evidência justificaria ou não a ausência dele no evento cívico de grande relevância política, no Congresso, onde é figura capital, podendo retornar rapidamente ao convívio dos familiares, ainda, mesmo, nessa segunda-feira?

Não houve, ademais, para fortalecer argumentos de Lira, nenhuma entrevista de profissional de saúde, em Maceió, com suficiente autoridade com tom de gravidade que recomendasse permanência indispensável dele nas Alagoas, de modo a conferir justificativa para sua ausência forçada na solenidade, cercada de significados políticos relevantes.

Desse modo, como correu à boca pequena, no mundo político, a ausência de Lira corresponderia a uma satisfação dele à sua base política de direita e de ultradireita bolsonarista, para não encher a bola do presidente Lula, que convocou o evento, para lhe conferir máxima relevância como resistência democrática ao golpe de 8 de janeiro de 2023, transcorrido um ano do mesmo.

Buscou, portanto, esvaziar a ação do titular do Planalto, mas, infelizmente, para o titular da Câmara, o tiro saiu pela culatra.

A ação de Lira vendeu comportamento de político medíocre, que não tem a defesa da democracia como algo inquestionável, como revelaram os discursos de todas as autoridades no significativo acontecimento, que pode se transformar feriado nacional para demonstrar repúdio popular ao golpe, condenado por 89% da população, conforme pesquisa popular.

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