(Foto: Esq.: Divulgação / Dir.: Adriano Machado – Reuters)
“Eu não entendo como uma pessoa que enxerga o país à sua volta, vive suas desigualdades e sabe a causa das suas misérias pode não ser de esquerda. Ser de esquerda não é uma opção, é uma decorrência”, disse ainda o escritor Luis Fernando Veríssimo
247 – O escritor Luis Fernando Veríssimo falou, em entrevista ao jornalista Roberto Dias, publicada na Folha de S. Paulo, sobre seu espanto com a ascensão do neofascismo no Brasil. “A eleição de um candidato improvável como o Bolsonaro energizou o meio político. Parafraseando o que disse aquele irmão Karamázov do Dostoiévski sobre a ausência de Deus, se um Bolsonaro chegou à Presidência do Brasil, tudo é permitido”, disse ele. “Grupos que não sonhavam com o sucesso político, quase sempre de extrema direita, estão chegando ao poder pela via eleitoral em várias partes do mundo”, lamentou.
Ele também disse que o que mais chama sua atenção nas redes sociais é ódio das pessoas. “Prova do que eu sempre digo: o mundo não é mau, é só muito mal frequentado”, ironizou.
Veríssimo também disse por que se mantém como homem de esquerda. “Talvez ingenuamente, eu não entendo como uma pessoa que enxerga o país à sua volta, vive suas desigualdades e sabe a causa das suas misérias pode não ser de esquerda. Ser de esquerda não é uma opção, é uma decorrência. Mas que às vezes desanima, desanima”, disse ele.