Durante o discurso proferido na véspera na cerimónia de instalação da Terceira Legislatura no Congresso Nacional, a chefe de Estado acrescentou que a sua proposta surgiu do meio das ruas e foi elevada ao poder político através de um processo democrático verdadeiro e limpo.
“Sou o testemunho fiel da determinação de um povo em superar o seu estado de atraso e pobreza que carrega o peso da dívida, mas que, por maioria, optou por superar e construir a igualdade e a justiça sem medo”, disse Castro em seu discurso. primeira intervenção perante o poder legislativo.
Ele lembrou que o povo hondurenho foi atingido durante anos por medidas e políticas privatizantes neoliberais que o puniram impiedosamente com corrupção, violência e pobreza.
“Honduras é o estado mais pobre e desigual da América Latina, o golpe de Estado de 2009 apenas aprofundou o sistema de privilégios, a dívida aumentou 600 por cento, passou de três mil milhões de dólares em 2009 para 20 mil milhões de dólares em 2021, enquanto a pobreza cresceu exponencialmente”, sublinhou.
Afirmou que, sem aplicar novos impostos, o seu Governo apoia pontualmente a onerosa dívida das administrações neoliberais, cumprindo os compromissos do orçamento da República.
A dirigente centro-americana reconheceu que a refundação não é tarefa apenas do Executivo, mas de todo o povo hondurenho, razão pela qual estendeu a mão a todos os poderes legislativos.
“Embora nossas ideologias possam diferir, nosso amor e compromisso com o país sejam um só, convido-os inabalavelmente a fazerem parte deste esforço coletivo para a refundação de Honduras, não como adversários, mas como trabalhadores com a tarefa de reconstruir nosso estado de direito, nossa democracia e nossa pátria”, disse ele.
Explicou que revertem as causas estruturais da desigualdade, da insegurança, da pobreza e da dependência, e combatem os privilégios, os monopólios e os oligopólios, bem como a corrupção público-privada.
Em seu discurso, a presidente também destacou a importância dos investimentos em setores-chave para o país como educação e saúde.
“Investir na educação e na saúde nas escolas e nos hospitais não é uma despesa, mas sim o investimento mais inteligente e justo que podemos fazer pelo nosso povo”, enfatizou.
A primeira mulher presidente de Honduras instou o Congresso Nacional a analisar os benefícios da lei de Justiça Fiscal como princípio de equidade, uma vez que todos devem pagar impostos.
Mencionou as ações realizadas através do programa Red Solidaria, através do qual foram apoiadas 330 mil famílias e concedidas mais de 103,6 mil bolsas de estudo.
O Governo hondurenho celebrará amanhã o seu segundo ano no poder, para o qual é convocada uma mobilização popular nesta capital, em apoio ao projeto sociopolítico liderado por Xiomara Castro.