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quinta-feira, 18 abril, 2024

Violência aumenta no primeiro trimestre de 2022 na Colômbia

Bogotá (Prensa Latina) Os massacres e assassinatos de líderes sociais na Colômbia aumentaram no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, informou hoje o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz).

Segundo o Observatório de Direitos Humanos e Conflitos do Indepaz, de janeiro a março deste ano foram assassinados 48 líderes e defensores de direitos humanos, número superior aos 42 do ano passado no mesmo período.

Enquanto isso, de 1º a 30 de março de 2022, foram perpetrados 27 massacres com um saldo de 94 fatalidades, enquanto no mesmo período de 2021, ocorreram 23 massacres com 84 mortes.

O Observatório Indepaz especificou que neste primeiro trimestre houve uma ligeira diminuição no assassinato de ex-guerrilheiros que assinaram a paz: 11 contra 14 no ano passado.

A Colômbia vive uma espiral de violência que, além do assassinato sistemático de líderes sociais, ex-guerrilheiros em processo de reincorporação e massacres, também ocorrem ataques explosivos, como o recente em Bogotá, onde duas crianças perderam a vida.

A isso se soma o assassinato de 11 pessoas em Puerto Leguízamo (Putumayo) supostamente pelas mãos do exército e que foram apresentadas, inclusive pelo ministro da Defesa, Diego Molano, e pelo presidente do país, Iván Duque, como “vítimas” da dissidência das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (a modalidade falso positivo).

Neste último evento, segundo depoimento que narrou os detalhes à Rádio Contágio, os militares assassinaram pessoas que estavam desfrutando de um bazar onde são arrecadados fundos para atividades comunitárias e o exército entrou atirando, assassinando vários e outros tentaram sair do local, alguns por terra ou pulando no rio.

As tropas acabaram com as pessoas na água e não deram atenção aos feridos e vários deles morreram diante dos olhos dos soldados. Uma das vítimas é o governador indígena Pablo Panduro Coquinche.

Segundo denúncias e o que foi narrado à Rádio Contagio, os militares tentaram consertar a cena do crime para justificar os assassinatos e implantaram fuzis para garantir que os mortos pertenciam aos chamados “comandos de fronteira”, porém, as armas implantadas não estavam perto dos corpos dos mortos.

Por outro lado, as tropas militares não permitiram a entrada dos familiares das pessoas que se encontravam no bazar comunitário e tentaram esconder o que ali se passava.

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