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quinta-feira, 28 março, 2024

Venezuela entre pandemia, cenário eleitoral e novas agressões

Caracas, 25 de julho (Prensa Latina) A Venezuela encerra hoje uma semana marcada pelo aumento do número de casos de Covid-19, pela continuidade do calendário eleitoral rumo às eleições parlamentares de 6 de dezembro e pela renovada hostilidade dos Estados Unidos.
No dia anterior, as autoridades sanitárias venezuelanas informaram o maior número diário de atingidos pelo coronavírus, um total de 650 entre os membros da comunidade (620) e importações (30), para elevar o número de pessoas infectadas para 14.263 desde o início da pandemia.

Nas últimas semanas, o governo venezuelano alertou para um aumento sustentado do número de cidadãos infectados com o patógeno SARS-CoV-2, fenômeno associado a surtos gerados principalmente por indivíduos que contornaram as medidas sanitárias ativadas nas fronteiras entrando no país por meio de travessias ilegais.

Diante deste cenário, o Executivo bolivariano redobrou seus apelos à população para tomar medidas preventivas extremas, sob a premissa de que o principal meio de conter a propagação da pandemia é a responsabilidade de cada cidadão no cumprimento das ações de biossegurança e distanciamento social.

Porta-vozes do governo alertaram sobre a circulação do coronavírus nas 22 paróquias (demarcações) de Caracas, que se tornaram o epicentro da pandemia no país, e reiteraram a importância de manter a população informada sobre a situação epidemiológica em suas comunidades.

Apesar do aumento da transmissão do Covid-19, a situação venezuelana está longe da catástrofe sanitária observada em outros estados sul-americanos. Em pouco mais de quatro meses da emergência sanitária, a Venezuela relatou apenas 134 mortes, e 57% dos doentes já se recuperaram.

Em meio à emergência epidemiológica e sob rigorosos protocolos de biossegurança, o processo de registro e atualização do registro eleitoral continuou esta semana, a caminho das eleições parlamentares de dezembro próximo.

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Indira Alfonzo, enfatizou na sexta-feira que o calendário eleitoral está prosseguindo normalmente e de acordo com os princípios de imparcialidade, pluralismo e democracia.

Alfonzo disse que as ações preparatórias do processo eleitoral continuam, entre as quais ela mencionou a seleção das Juntas Eleitorais Regionais e Municipais, assim como os Órgãos Subalternos e os membros das mesas de votação.

Dada a vontade predominante dos venezuelanos de resolver divergências políticas através da democracia, o governo dos EUA reavivou sua hostilidade em relação à nação sul-americana, desta vez atacando o presidente da Suprema Corte de Justiça (TSJ), Maikel Moreno.

Sob acusações infundadas de corrupção, a Casa Branca ofereceu uma recompensa de cinco milhões de dólares por qualquer informação que levasse à prisão ou acusação do juiz, o que responde a uma estratégia de criminalização das figuras mais proeminentes do estado bolivariano.

O ataque contra o presidente da Suprema Corte seguiu uma série de decisões adotadas pelo órgão que tiveram um profundo impacto no cenário político do país, e representou um revés para os setores mais radicais da oposição, que se opunham aos esforços de consulta e diálogo nacional.

Em junho passado, o mais alto órgão judicial declarou a omissão inconstitucional da Assembleia Nacional (Parlamento em desacato) na nomeação dos membros do Conselho Nacional Eleitoral, em resposta a uma ação judicial movida por líderes da oposição.

A decisão da Suprema Corte abriu as portas para a nomeação da nova diretoria da CNE, que apresentou a convocação para eleições parlamentares, um dos acordos emanados da Mesa Nacional de Diálogo instalada em 2019 entre o governo da Venezuela e as forças de oposição.

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