Venezuela denuncia sequestro de 18 crianças pelo governo dos EUA

Em entrevista coletiva no Centro de Convenções La Carlota, no estado de Miranda, acompanhado pelas famílias das crianças, o presidente da Assembleia Nacional (parlamento) expressou sua indignação e exigiu o retorno imediato delas aos pais.

Rodríguez considerou esse sequestro “um exemplo de barbárie raramente visto na história da humanidade”, pois as pessoas foram separadas de seus entes queridos.

Eles foram levados para instituições onde não deveriam estar porque seu lugar é “nos braços de seus avós, em suas casas, em sua terra, em sua pátria, que é a Venezuela”, denunciou.

Ele perguntou qual foi “a terrível ofensa” que fez com que todo o ódio do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA e do fascismo americano fosse lançado sobre as famílias dessas crianças.

O presidente do Parlamento descreveu esses menores, cujas fotos foram divulgadas por suas famílias, como estando em “supostamente lares adotivos com estranhos; eles pulam de família em família e com pessoas que não os querem”.

Ele ainda acrescentou que alguns dos pais das crianças estão entre os 252 migrantes mantidos em cativeiro em uma prisão de alta segurança em El Salvador, sem notícias deles há meses.

O político venezuelano comentou que, seguindo as instruções do presidente Nicolás Maduro, eles iniciarão uma turnê pelo país e recorrerão a “todos os mecanismos estabelecidos em organizações multilaterais, mesmo que os ignorem”.

Rodríguez afirmou que o governo dos EUA tem lacaios nas Nações Unidas e mencionou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, que, segundo ele, “não diz uma palavra sobre as dezenas de milhares de crianças assassinadas em Gaza ou os 252 venezuelanos presos em El Salvador”.

E também não diz nada, enfatizou, sobre as 18 crianças sequestradas nos Estados Unidos.

“Devolvam-nos Marelvis Valentina Parra Castellanos, de nove anos. O que ela fez com o status quo americano para ser mantida em cativeiro e forçada a se esconder?”, perguntou ele.

O presidente do Poder Legislativo enfatizou que irão aonde for necessário para recuperar os menores e mencionou a menina sequestrada Mía Rodríguez Suárez, de quatro anos.

“Não descansaremos. Viajaremos por todo o país, com nossas irmãs, mães e avós, às ruas, às casas, aos bairros, para exigir que nos deem nossos filhos, que são nossos, não deles”, enfatizou.