Paris (Prensa Latina) O delegado permanente da Venezuela na Unesco, Jorge Valero, denunciou nesta terça (29) as consequências das medidas coercitivas unilaterais dos Estados Unidos contra seu país nos setores educacional, científico e cultural, esfera de competência da organização.
Desde nossa apresentação de credenciais ao diretor-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, no final de 2020, explicamos a situação criada por ações coercitivas unilaterais e a urgência de que elas deixem de ser aplicadas, disse ele nesta capital, sede da agência especializada da ONU.
Segundo Valero, a Venezuela exige que sua denúncia encontre eco na organização, dada a natureza inaceitável da política dos EUA e seu impacto em várias áreas da sociedade, o que ele ilustrou com exemplos concretos.
Se abordarmos as questões com as quais a Unesco está lidando, podemos citar os efeitos causados pelas medidas em um programa tão notável como o Sistema Nacional de Orquestra, que atinge um milhão de pessoas, incluindo pessoas tradicionalmente marginalizadas, como os indígenas e prisioneiros, disse ele.
O renomado intelectual, autor de quase 30 livros, observou que as sanções unilaterais limitam a compra de instrumentos musicais e estimulam a emigração de talentos treinados e desenvolvidos através desta iniciativa.
A Valero também mencionou as consequências do bloqueio e da guerra econômica sobre questões muito atuais, particularmente a aquisição de vacinas para combater a Covid-19, apesar dos apelos da ONU para facilitar o trabalho dos Estados em tempos de pandemia.
Em seu diálogo com a Prensa Latina, o embaixador destacou a resiliência da Venezuela e sua capacidade de continuar funcionando como um país diante de sanções que reduziram em 99% sua receita tributária e visam atingir seu principal setor econômico, a indústria petrolífera.
Também sublinhou o compromisso inabalável de Caracas com a inclusão social e a luta contra as assimetrias, posição promovida pela Unesco nos campos da educação, ciência e cultura.