Caracas (Prensa Latina) A agressão econômica contra a Venezuela parece ter perdido uma de suas principais ferramentas com a queda estrepitosa do chamado dólar paralelo (ilegal) que era manejado pelas máfias internacionais a partir de Miami, Estados Unidos, e de Cúcuta, na Colômbia.
A partir desta terça-feira, entram em circulação novos atores do cenário financeiro, os bilhetes de 500 bolívares, que paulatinamente com outras denominações maiores integrarão a estrutura financeira do país.
No final de outubro, as operações dos que lucram com as necessidades do povo registravam uma taxa de câmbio ilegal acima de mil bolívares por dólar e em alguns lugares os cambistas ofereciam 1.50 bolívares por unidade estadunidense.
Mas já quando os venezuelanos se preparavam para a comemoração de seus natais, se produziu um aumento que em algum momento no começo de dezembro chegou a 4.500 bolívares por dólar.
No dia 16 de dezembro, tudo estava preparado para o golpe parlamentar no país em um ambiente de incerteza para uma grande maioria da população, que via como seus salários perdiam valor perante o aumento ilegal dos cambistas, que era aproveitado por muitos comércios para elevar de maneira desproporcional os preços de produtos de primeira necessidade, inclusive o pão desapareceu dos mercados, segundo denunciou o governo.
Até aqui chegou a confabulação e chegou o presidente Nicolás Maduro e mandou parar, disse um venezuelano comum ao prabenizar a resposta governamental.
O governo anunciou uma nova oferta monetária que terminou em uma progressiva baixa do dólar, no entanto a queda mais abrupta foi na passada quinta-feira, 15 de dezembro, ao chegar a 2 mil bolívares de acordo com os registros não formais de transações pessoais, páginas digitais e redes sociais.
É uma realidade que o dólar paralelo se encontra em franca queda. Só na quinta-feira, apresentou três fortes quedas que o diminuíram, ao todo, quase 500 bolívares em um par de horas.
Este 20 de dezembro, a cotação está em cerca de 2.671 unidades.
Ao redor deste problema move-se o país, inclusive com influência em suas relações exteriores. O fechamento da fronteira com a Colômbia e o Brasil foi outra medida do governo contra esta conspiração cujos fios se estendem para vários países da região e da Europa, sem falar nos Estados Unidos.
Por trás da agressão contra a moeda venezuelana, analistas descrevem tentativas de legalizar os recursos obtidos através de atividades ilícitas, o verdadeiro objetivo do mecanismo que nos últimos quatro anos provocou uma desvalorização na ordem de 20 mil porcento da moeda venezuelana.
Os beneficiários diretos do mecanismo são os paramilitares, em especial na Colômbia, que precisam lavar a renda obtida fundamentalmente pelo tráfico de drogas para Estados Unidos e Europa, por uma parte.
Por outra, as organizações empresariais que operam na Venezuela e conseguiram se apoderar de divisas fornecidas a taxas oficiais por meio de práticas fraudulentas nas importações, como o superfacturamento.
Por enquanto e depois de reações da população, as águas parecem retomar seu caminho, há menos filas nos bancos e os venezuelanos esperam que ações rápidas do governo possam lhes presentear um fim de ano com mais calma.