Caracas (Prensa Latina) Em suas tentativas de deslegitimar as eleições legislativas da Venezuela, os Estados Unidos, a União Europeia e seus aliados na América Latina apelam hoje ao argumento da abstenção como ponta de lança para desacreditar o processo.
Embora o fenômeno de baixa participação nas urnas seja comum em mulheres parlamentares de todo o mundo, o fato de o mesmo acontecer na Venezuela serviu de argumento para que a grande mídia e os detratores do governo bolivariano a manipulassem para novos ataques políticos.
Trata-se de uma questão bastante previsível, se levarmos em conta as declarações infundadas sobre tentativa de fraude no evento, sinais desmontados pelo aval de mais de 300 observadores internacionais e acompanhantes.
Poucas horas depois de declarados os resultados, o alto representante para a Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, garantiu que as eleições não cumpriram condições democráticas devido à baixa participação.
O que dizer do Grupo Lima ou de alguns presidentes de seus países membros; no entanto, um rápido olhar para os números de participação eleitoral nessas nações revela as verdadeiras intenções daqueles que se inclinam para a política de Washington usar tais argumentos.
Na Europa, considerada a meca da democracia, apenas nos últimos 20 anos a participação dos seus cidadãos neste tipo de processo não ultrapassou os 50 por cento exceto em 2019, onde subiu apenas um ponto, segundo estatísticas oficiais.
Valor médio, porque indo a algumas especificidades como os países de Leste, as maiores percentagens são 47 e a média não ultrapassa os 30 pontos percentuais, como é o caso da Eslováquia, onde nas últimas eleições quase não compareceram os 20 por cento dos eleitores.
A América Latina não escapa desse fenômeno; Nações como Chile, Peru, Colômbia e Equador apresentam baixa participação, exceto em casos como o Peru, onde o voto é obrigatório, o panorama não difere do ocorrido na Venezuela.
A baixa participação nas urnas pretende ser um reflexo do descontentamento e da desconfiança da população em relação ao governo e ao sistema eleitoral venezuelano, desculpas refutadas por especialistas e observadores internacionais.
Entre eles, o intelectual espanhol Ignacio Ramonet, que assegurou à Prensa Latina que carecem de justificativa política para ignorar e declarar ilegítimas as eleições parlamentares na Venezuela, já que em todo o mundo as eleições legislativas têm um baixo percentual de comparecimento.
‘Mas se menos de 50 por cento votar na Venezuela, é o pretexto para tentar mostrar que o processo é ilegal’, frisou.
Por sua vez, o chefe da Política Internacional da Esquerda Unida, Francisco Pérez, destacou que essas posições nada mais são do que o resultado de políticas subordinadas à Casa Branca.
No caso da Europa, destacou que é evidente a falta de soberania de quem se presume um continente avançado e democrático.
‘Cada vez que o império abre a boca e diz que é preciso aceitar algo, eles ficam para trás, mas já atingem níveis de escândalo como neste caso na Venezuela’, disse Pérez a esta agência.
Também desconhecem a Constituição, que afirma que a eleição do AN depende apenas da eleição dos deputados ‘em cada ente federado por voto universal, direto, personalizado e secreto com representação proporcional, segundo uma base populacional de um ponto um por cento da população total do país.
Da mesma forma, a Carta Magna é explícita quanto à renovação do Parlamento a cada cinco anos e sua instalação em 5 de janeiro após sua eleição.
Mentir ou usar argumentos absurdos não importa muito para os Estados Unidos, a União Europeia e aqueles que participam das tentativas de derrubar o presidente Nicolás Maduro, a fim de colocar as mãos nas riquezas do país e se desfazer delas como fizeram em nos últimos cinco anos, com a ajuda dos deputados da ala direita da rendição.