Por Altamiro Borges
Vaidoso e rancoroso, ele passou então a conspirar abertamente contra os quatro últimos governos eleitos democraticamente pelo povo. No pior estilo udenista, ele se travestiu de paladino da ética na sua cavalgada golpista. Só que a vida é cruel e agora é ele quem está na berlinda, com graves acusações de corrupção. Em sua “delação premiada”, o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, foi taxativo: “A propina ao governo FHC foi de US$ 100 milhões”. E agora FHC?
O depoimento do ex-diretor da área internacional da estatal vazou neste sábado (9). O jornalValor Econômico teve acesso com exclusividade ao documento sigiloso em que Nestor Cerveró fez a afirmação. A revelação bombástica pegou de surpresa as redações da mídia tucana e os falsos moralistas de plantão.
O próprio FHC, que sempre elogiou as “delações premiadas e premeditas” e os vazamentos seletivos, correu para desqualificar o depoimento prestado no bojo da Operação Lava-Jato. Posando de vítima e de puro – afinal, todo tucano é santo –, ele afirmou que as denúncias de corrupção contra seu reinado “são vagas”, “não trazem elementos que permitam verificação” e “servem apenas para confundir”, desviando o foco das investigações contra os governos petistas. Haja cinismo!
Como lembra o Jornal GGN, “em fevereiro do último ano, Fernando Henrique Cardoso disse que a corrupção da Petrobras começou com o PT: ‘Trata-se de um processo sistemático que envolve os governos da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. Foram eles ou seus representantes na Petrobras que nomearam os diretores da empresa ora acusados de, em conluio com as empreiteiras e, no caso do PT, com o tesoureiro do partido, desviar recursos em benefício próprio ou para cofres partidários’”.
Agora, porém, “um dos primeiros delatores da Operação Lava-Jato, Nestor Cerveró, disse que uma das negociações envolveu uma propina de US$ 100 milhões ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), ou 650 milhões em reais atualizados”. A propina teria sido paga no processo da suspeita venda da petrolífera Pérez Companc à Petrobras, em julho de 2002. A negociata, na época, teve um custo de US$ 1,02 bilhão.
Diante das denúncias, FHC se apressou em negar as “delações premiadas” e vazamentos seletivos. Será que a mídia, sempre tão cordial com o grão-tucano, vai abafar as revelações de Nestor Cerveró? Será que finalmente a revista Veja estampará na sua capa uma foto sombria do “príncipe da Sorbonne”? Será que o Ministério Público Federal, tendo à frente o carrasco Sergio Moro, vai convocar o ex-presidente tucano para depor? Será que o Jornal Nacional, da TV Globo, vai dar destaque à denúncia? Será que os fascistas mirins farão um boneco inflável de FHC vestido de presidiário? A conferir!