Quito (Prensa Latina) A União de Nações Sul-americanas (Unasul) mantém hoje a preocupação expressa depois da vitória de Donald Trump nas recentes eleições estadunidenses, sobre determinações que o presidente eleito possa tomar em relação aos latino-americanos residentes no país.
‘Como secretaria geral, parabenizamos o novo presidente e reconhecemos que foi um triunfo dentro da democracia’, comentou o diretor da Unasul, Ernesto Samper, da sede do bloco regional, na Metade do Mundo.
Não obstante, reiterou que a instituição continua preocupada com aspectos propostos na campanha que poderiam afetar a região.
Será definida a política de migração, especialmente no que tem a ver com a saída de grande quantidade de latinos pelo endurecimento das políticas migratórias? Se construirá o famoso muro com o México que dividiria as Américas de maneira física? Vai dar continuidade ao relacionamento, a abertura e ao novo relacionamento de Cuba com os Estados Unidos?, questionou.
Expressou também outras dúvidas como, por exemplo, se os Estados Unidos manterão a mesma postura em relação a certos enclaves como as Ilhas Malvinas (Argentina), se continuará o apoio oferecido até agora ao processo de paz da Colômbia, ou se continuarão os tratados de livre comércio assinados com Washington, à luz das manifestações protecionistas.
Esses aspectos nos interessam como região, para estabelecer nova forma de relação com o novo governo, advertiu.
Em sua opinião, Barack Obama é dos melhores presidentes da nação do norte, especialmente nos últimos anos, e expressou o desejo de que continuem algumas das linhas traçadas pelo Chefe de estado que agora sai.
Sobre os vínculos com o novo governo, afirmou: ‘Se falamos de agenda dura como a pretensão de narcotizar a relação com os Estados Unidos, que pretende trazer a nossa região o peso da luta contra as drogas, esse tipo de relações não nos interessam.
Afirmou que, pelo contrário, se a intenção é de melhorar os direitos humanos e o compromisso
regional pela melhoria da mudança climática, de uma relação que permita aos latinos trabalharem e serem reconhecidos nos Estados Unidos, esse tipo de relações sim nos interessam.