Valter Xéu*
Nesta quarta-feira (16/03), acompanhado do meu amigo Lemos, Consul da Bolívia, fui jantar no restaurante Coco Bambu, um dos tops de Brasília, e tivemos a felicidade de ter a companhia de René do Buois, prefeito por duas vezes de Jaguaquara na Bahia e radicado em Brasília há vários anos.
René tem historia na politica baiana. Fiel amigo do lendário ex-deputado Chico Pinto, foi um dos fundadores do MDB, partido que na época batia de frente contra a ditadura miliar imposta ao país, bem diferente do PMDB de hoje, que esta mais para quadrilha do que para partido. Rói um jantar agradável, pois René possui a virtude de ser uma ótima figura e ser um excelente papo.
Amigo do colunista Sebastião Nery, René nos brindou com várias historia contadas pelo famoso colunista filho de Jaguaquará, e uma delas teria acontecido em uma cidadezinha no interior do Ceará, onde a politica municipalista era disputada a ferro e fogo por duas famílias da cidade.
Um senhor beirando os 90 anos e que já tinha sido prefeito por varias vezes, derrota o adversário, depois de uma campanha onde não faltaram mortes e xingamentos de ambos os lados.
O poder politico no município ficou divido entre as duas famílias, pois o lado derrotado tinha elegido um jovem deputado estadual, filho de um ex-prefeito que já tinha falecido e que tinha sido adversários do atual que dirigia a prefeitura.
Um dia, morre um professor muito querido na cidade e no enterro, na beira da cova, todos a discursar falando das virtudes do defunto.
Por questões de hierarquia, os dois últimos a discursar seriam pela ordem, o deputado e o prefeito.
Depois do juiz, delegado, comandante do Tiro de Guerra e do padre, chegou a vez do deputado que disse: “Vai querido professor! Vai e leva esse recado para meu pai, que a cidade esta uma merda com as ruas esburacadas, escolas que não funcionam e educação idem.
O prefeito é claro, ficou furioso e quando chegou a sua vez disse: “Vai professor! E mesmo nesse momento que o senhor parte para um eterno descanso, te pedem para descer as profundezas do inferno pra levar o recado desse ladrão, corno, viado e filho da puta”.
Não deu outra.
O tempo fechou ali mesmo no cemitério.
Essa historia é digna de sair na seção “Politica com Vatapá” na coluna Tempo Presente do Jornal A Tarde, assinada pelo meu amigo Levi Vasconcelos que tem o dom de contar historias melhor do que eu.
- Valter Xéu é editor de Pátria Latina e Irã News