MK Bhadrakumar, Indian Punchline
A mídia japonesa noticia, citando “fontes diplomáticas” em Tóquio, que o secretário de Estado dos EUA Rex Tillerson embarcará em meados de março para seu primeiro tour pela Ásia, que o levará ao Japão, China e Coreia do Sul.
A agência Kyodo de notícias repete fontes que teriam dito que em Pequim Tillerson conta com reunir-se com o presidente Xi Jinping e espera conseguir um encontro nos EUA, de Xi com o presidente Donald Trump, “para o início de abril.”
A mídia chinesa indicou recentemente que o conselheiro de Estado Yang Jiechi, que esteve em Washington há uma semana e foi recebido pelo próprio Trump, esperava trabalhar para agendar uma reunião de cúpula entre os dois presidentes. Sem dúvida, os eventos estão andando muito depressa. As predições apocalípticas que Trump andou distribuindo a mancheiras, de um confronto militar com a China no Mar do Sul da China já se revelaram puro nonsense.
Analistas indianos, especialmente, andaram lendo o futuro em folhas de chá, mas erraram horrivelmente; previram uma estratégia de movimento de pivô ainda mas robusto, na Ásia, do que o de Barack Obama, orientado para “conter” a China.
Um colunista chegou a ponto de fantasiar que o estrategista chefe de Trump, Stephen Bannon, considera(ria) que o primeiro-ministro Narendra Modi seria “‘Reaganesco’ e homem do seu tempo” –, o que significa que nosso PM será a nêmese da China, como Reagan foi a nêmese da URSS!
Tais fantasias à parte, todas as indicações disponíveis sugerem que Trump teria priorizado um engagajamento construtivo com a China. (Em meu blog, escrevi sobre isso:
Trump prioritizes meeting with Xi Jinping.) O xis da questão é que a agenda doméstica de Trump para reconstruir a economia norte-americana e criar empregos numa grande escala exigirá investimento massivo. E a simples verdade é que os EUA enfrentam desesperante falta de dinheiro.
Adiante, alguns excertos para contexto, de documento intitulado “Como Trump pode afetar a Dívida Nacional” [ing.
How Trump Could Affect the National Debt], que foi distribuído pelo Conselho de Relações Exteriores [ing. Council of Foreign Relations] em New York no fim-de-semana:
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Desde o início da crise de 2007, a dívida total do governo dos EUA praticamente dobrou (…). Praticamente dobrou desde 2007, subindo, de 40% para perto de 80% do PIB. (Contando a dívida governamental intragovernamental, ou dívidas contraídas por uma agência governamental norte-americana contra outra, o total chega próximo de $20 trilhões, mais de 120% do PIB.) (…) Sem qualquer outro gasto, o Gabinete do Orçamento no Congresso estima que a dívida crescerá $9,4 trilhões ao longo da próxima década. Trump ainda tem de expor muitos detalhes de orçamento dos seus planos de governo (…). Mas baseados em suas promessas de campanha, muitos analistas dizem que as políticas de Trump têm tudo para ampliar significativamente o déficit no orçamento (…). Infraestrutura é outra área na qual Trump prometeu maiores gastos, deixando aflorar a ideia de um plano de $1trilhão.