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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se recusou, nesta quarta-feira (15), a comentar se a CIA tem autoridade para remover o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do poder.
“Não quero responder a uma pergunta dessas. É uma pergunta ridícula para mim”, disse Trump a repórteres na Casa Branca. “Não é exatamente uma pergunta ridícula, mas não seria uma pergunta ridícula para eu responder?”
No início do dia, o The New York Times noticiou, citando fontes, que o governo Trump autorizou secretamente a CIA a realizar ações secretas na Venezuela, incluindo ataques mortais dentro do país, intensificando uma campanha contra o presidente venezuelano e o governo local.
Em seguida, por meio de um comunicado, Trump disse que não deseja ataques por terra, mas considera a possibilidade, uma vez que o mar está “muito bem controlado”.
Nas últimas semanas, norte-americanos têm usado repetidamente as forças armadas para destruir embarcações na costa da Venezuela, supostamente envolvidas no tráfico de drogas. Segundo autoridades de Washington, essas operações fazem parte dos esforços para combater o crime transnacional e o tráfico de drogas.
“Não vamos deixar este país, o nosso país, ser arruinado porque outras pessoas querem despejar, como vocês dizem, o seu pior”, explicou. “Eles nos deram o seu pior. Eles encheram o nosso país de prisioneiros, de pessoas com doenças mentais graves, criminosas, e nós não vamos aceitar isso.”
Em 19 de agosto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump estava pronto para usar “todos os elementos do poder americano” para combater o tráfico de drogas, sem descartar a possibilidade de uma operação militar na Venezuela.
Ucrânia quer escalada de tensões com a Rússia
O presidente dos Estados Unidos também declarou que planeja discutir o conflito em curso na Ucrânia com Vladimir Zelensky, destacando o desejo de Kiev de lançar uma ofensiva contra a Rússia e indicando que decidirá sobre o fornecimento de mísseis Tomahawk a Kiev.
“Conversaremos sobre a guerra com ele [Zelensky]. […] Eles [os ucranianos] querem partir para a ofensiva. Eu tomarei uma decisão sobre isso, mas eles gostariam de partir para a ofensiva, você sabe disso, e nós teremos que tomar uma decisão.”
Enquanto Zelensky pretende escalar as tensões no leste europeu, Trump destacou que acredita que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, deseja o fim da operação militar especial, iniciada em fevereiro de 2022.
“Acho que o presidente Putin… acho que ele quer fazer [um acordo de cessar-fogo].”
Ainda sobre questões russas, o republicano disse que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, lhe garantiu que Nova Deli não comprará petróleo russo, alvo de sanções ocidentais desde 2022.
“Não fiquei feliz com a Índia comprando petróleo, e ele me garantiu hoje que eles não comprarão petróleo da Rússia. Isso é um grande obstáculo.”, disse Trump, que confirmou encontro com Modi na Coreia do Sul para a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês).