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Sputnik – Vladimir Zelensky e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontraram nesta segunda-feira (18) na Casa Branca. Em declaração à imprensa, antes de uma nova reunião com líderes europeus, eles comentaram o teor das discussões.
Perguntado por jornalistas na Casa Branca se continuará a recrutar mais soldados, o ucraniano afirmou que é preciso parar o conflito, mas que conta com o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia para uma solução diplomática.
Zelensky classificou as conversas com Trump, até aqui, como “muito boas”, e disse acreditar que as próximas serão ainda melhores.
Trump, por sua vez, disse que as hostilidades no Leste Europeu devem acabar em breve. Tanto ele quanto Zelensky acreditam que um acordo trilateral envolvendo a Rússia é o caminho para o cessar-fogo. Todavia, o presidente norte-americano reforçou que o objetivo é uma paz duradoura, meta compartilhada pela Rússia.
Aos repórteres, Zelensky afirmou que não descarta eleições presidenciais no país. A Ucrânia se encontra sem um líder legítimo desde maio de 2024, quando um novo candidato eleito democraticamente deveria ter assumido o posto.
No entanto, ele vem usando decretos de lei marcial para postergar as eleições no país. A medida, entretanto, vai de encontro com a própria Constituição ucraniana.
Segundo o ucraniano, para a realização de uma eleição na Ucrânia, serão necessárias “condições de segurança”, o que, de acordo com Trump, será tema de sua próxima reunião entre Washington, Kiev e líderes europeus.
“Temos pessoas esperando em outra sala agora, todas da Europa, as maiores personalidades da Europa, e querem oferecer proteção. Elas têm uma forte convicção sobre isso, e nós as ajudaremos com isso.”
Estarão no encontro o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte; a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; os primeiros-ministros Keir Starmer, do Reino Unido, e Giorgia Meloni, da Itália; o chanceler alemão Friedrich Merz; e os presidentes Emmanuel Macron, da França, e Alexander Stubb, da Finlândia.
Embora haja a promessa de ajuda à Ucrânia caso um acordo pelo fim das hostilidades seja alcançado, Trump afirmou que não há discussões para incluir a Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Segundo o líder norte-americano, não será possível definir as garantias de segurança como similares àquelas oferecidas pelo Artigo 5 da OTAN, no qual se uma nação-membro for atacada, todos os países devem partir em sua defesa.
“Se olharmos para trás, muito antes do presidente [Vladimir] Putin, sempre houve uma declaração de que eles jamais permitiriam a entrada da Ucrânia na OTAN. Então essa foi uma declaração que foi feita, mas ainda não discutimos nada sobre isso. Vamos discutir isso hoje.”
Ainda sobre a Rússia, Trump reforçou que o encontro com o presidente Vladimir Putin, na última semana, foi “maravilhoso”. O norte-americano ressaltou que ligará para o homólogo russo assim que acabar a reunião com os líderes europeus.
“Acabei de falar indiretamente com o presidente Putin, e vamos ter uma conversa telefônica logo após essas reuniões de hoje, e podemos ou não ter uma trilateral. Se não tivermos uma trilateral, a luta continua. E se tivermos, há uma boa chance de talvez acabar com elas [as hostilidades].”
Trump enfatizou que “em um passo significante, presidente Putin concordou que a Rússia aceitasse garantias de segurança para a Ucrânia”.